Josias: Com 'malabarismo verbal', Queiroga sai da CPI como 'subPazuello'
O colunista de política do UOL Josias de Souza criticou a participação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na CPI da Covid ontem e afirmou que o comandante da pasta saiu da comissão como uma espécie "subPazuello", em referência ao seu antecessor, o general Eduardo Pazuello
Queiroga conseguiu sair da CPI da Covid como uma espécie de subPazuello
Josias de Souza, em participação no UOL News na manhã de hoje
Para Josias, as respostas evasivas e o "malabarismo verbal" de Queiroga para evitar danos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na CPI lembraram as declarações de Pazuello, que afirmou que "um manda e o outro obedece" após Bolsonaro desautorizar a compra da CoronaVac pouco depois de o então ministro anunciar um acordo com o Instituto Butantan a governadores.
"O doutor Queiroga, ao recorrer a esse malabarismo verbal para preservar Bolsonaro, colocou o seu CRM, o seu registro profissional, à serviço de um presidente cuja insanidade levou o Brasil à situação que estamos vivendo hoje, que é um país a caminho das 500 mil mortes, com excesso de cloroquina nas prateleiras e escassez de vacina", declarou.
O colunista do UOL afirmou que Queiroga teve sua imagem como médico arranhada, pois no caso de Pazuello o general pode justificar sua subserviência ao capitão Bolsonaro à hierarquia militar, que faz com os servidores fardados enxerguem o presidente como o comandante-chefe das Forças Armadas.
"Queiroga, como médico, deve subordinação apenas à ciência e ao seu compromisso de proteger a vida", declarou ao UOL News.
Ministro não conseguiu salvar Bolsonaro
Apesar da estratégia adotada por Queiroga na CPI, o ministro não conseguiu melhorar a imagem de Bolsonaro no combate à pandemia e serviu apenas para realçar que o presidente é a "principal moléstia" do governo, de acordo com Josias.
"Ao se recusar a emitir diagnóstico sobre comportamentos anticientíficos do presidente Bolsonaro, Queiroga comprometeu sua reputação médica sem conseguir salvar o presidente, porque o contorcionismo retórico do ministro serviu apenas para realçar que a principal moléstia do governo continua sendo o presidente Bolsonaro", declarou.
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