Líder da oposição na Câmara pedirá ao TCU e MPF para investigar 'Bolsolão'
O deputado federal e líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que entrará com uma representação junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao MPF (Ministério Público Federal) para que investiguem o "Bolsolão". As opiniões foram compartilhadas no Twitter na manhã de hoje.
O parlamentar afirma que o pedido surgiu diante das "gravíssimas denúncias" de que o governo do presidente Jair Bolsonaro teria criado um orçamento paralelo para montar uma base aliada no Congresso, "via toma lá da cá".
A investida de Molon junto aos órgãos é reflexo de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que afirma que o governo federal montou um orçamento secreto de R$ 3 bilhões em emendas para garantir o apoio da base aliada no Congresso.
Do montante, ao menos R$ 271 milhões teriam sido destinados para compra de tratores, retroescavadeiras e equipamentos agrícolas. No caso de 115 tratores ao preço de R$ 15 milhões, o jornal identificou que apenas 12 deles seriam comprados dentro dos valores de referência do próprio governo.
O Ministério do Desenvolvimento Regional chegou a reconhecer, em um documento, que foram os parlamentares, e não a pasta, que definiram a aplicação de R$ 3 bilhões em verbas, segundo a reportagem do Estado de S. Paulo.
Os ofícios que continham as indicações de gastos são de 37 deputados e cinco senadores, entre os quais está o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-ALo, a ministra Flávia Arruda (PL-DF), o ex-líder do governo na Câmara, Vítor Hugo (PSL-GO), e o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O UOL entrou em contato com a assessoria do deputado Alessandro Molon para pedir mais detalhes sobre o pedido de investigação. Em resposta, a assessoria declarou que as ações estão sendo preparadas, mas não detalhou quando serão enviadas ao TCU e ao MPF.
Freixo também entra com representação no TCU
O deputado federal e líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também entrou com uma representação no TCU para que o governo do presidente Jair Bolsonaro seja investigado pelo orçamento secreto de R$ 3 bilhões para compra de emendas parlamentares.
Esclarecimentos
Ontem, o UOL pediu esclarecimentos ao Ministério das Comunicações, à Presidência da República, ao Ministério do Desenvolvimento Regional e à Presidência da Câmara.
No Twitter, Rogério Marinho, que comanda o Desenvolvimento Regional, informou que os recursos das emendas são de indicação do parlamento, tiveram início em 2019 e eram de conhecimento público.
Marinho também afirma que o senador Humberto Costa (PT-PE) também foi contemplado pelos valores e questionou, de forma irônica: "O senhor participou de algum tratoraço, senador? Pois o senhor teve uma indicação para a compra de máquinas contemplada. E isso não poderia ser diferente."
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