Comportamento de Bolsonaro é inadequado, mas não defendo saída, diz Janaina
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), que defendeu a saída de Jair Bolsonaro (sem partido) da Presidência em março do ano passado, disse hoje que não concorda mais com aquele pensamento. A declaração foi dada durante o UOL Entrevista, conduzido pela apresentadora Fabíola Cidral e pelos colunistas Leonardo Sakamoto e Josias de Souza.
"Não defendo a saída. Aquele dia eu pedi para ele sair porque vinha acompanhando as notícias internacionais e percebendo o tamanho do problema [causado pelo coronavírus]. Eu queria que todas as autoridades brasileiras percebessem que não era brincadeira", disse ela.
Em março do ano passado, dias após o Brasil registrar o primeiro caso de covid-19, Janaina criticou a atitude de Bolsonaro de participar de atos pró-governo em Brasília —o presidente havia entrado em contato com pessoas infectadas pela doença.
Na época, a deputada classificou o ato como homicídio doloso. "O que ele fez ontem é inadmissível, injustificável, indefensável, crime contra a saúde pública. Ele desrespeitou a ordem do seu ministro da Saúde".
Ao UOL Entrevista, a deputada explicou a reação. "Eu estava muito agoniada de ver o presidente minimizando o problema. Quando votei nele, estava preparada para falas complicadas, o modo contundente demais, às vezes agressivo, grosseiro, mas não estava preparada para uma pessoa que tem tanta dificuldade de entender que ser presidente é diferente de ser deputado".
É possível ser um deputado temático, mas não é possível ser um presidente temático.
Deputada Janaina Paschoal fala sobre Bolsonaro no UOL Entrevista
Janaina também disse que não votaria a favor de um eventual impeachment de Bolsonaro. "Com tudo o que está público do presidente, eu não votaria a favor nesse momento".
Ela ainda comentou que recebe e-mails todos os dias pedindo a abertura do processo de impeachment contra o presidente. "A meu ver, o deputado federal erra quando pede o impeachment porque ele vota, ele é o juiz dessa primeira parte. Se eu fosse deputada federal, mesmo convicta, não pediria".
Janaina disse ainda que Bolsonaro não é um estadista. "É triste, mas é fato. O comportamento dele, a meu ver, é completamente equivocado, inadequado. Daí a ser um comportamento suficiente para um afastamento, no sentido jurídico do termo, eu não consigo dizer que seja. Agora, te agrada? Não me agrada, eu gostaria de ter um estadista."
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