Topo

Esse conteúdo é antigo

Randolfe acha irônico Brasil depender da Pfizer após negativas sobre vacina

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid - Adriano Machado/Reuters
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

14/05/2021 16h29Atualizada em 14/05/2021 16h37

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou na tarde de hoje achar irônico o Brasil depender das vacinas contra o coronavírus da Pfizer após o governo federal ter "ignorado" as negociações com a farmacêutica.

O parlamentar usou as redes sociais para comentar sobre os anúncios de interrupção da produção de imunizantes, comunicados tanto pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e quanto pela AstraZeneca. Com a falta de doses dos dois fabricantes, resta ao Brasil apenas as vacinas da Pfizer.

A FioCruz anunciou que deve interromper a produção da AstraZeneca na próxima semana. A produção da Coronavac pelo Butantan também foi pausada pelo mesmo motivo. A ironia é que dependeremos da Pfizer nas próximas semanas. A mesma que o Governo ignorou e que sua base ataca na CPI!
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Durante as sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado, o colegiado questionou os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e o atual gestor da pasta, Marcelo Queiroga, sobre as medidas de enfrentamento à pandemia adotadas pelo govenro federal.

Os senadores também ouviram o CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, para entender desde quando o Brasil negocia com a empresa e quais seriam os culpados pelo atraso na compra dos imunizantes.

De acordo com o depoimento de Murillo, o governo federal passou mais de dois meses sem responder a uma proposta feita pela farmacêutica sobre a compra de imunizantes. Após o período, a Pfizer também recebeu uma negativa do Brasil sobre o envio de 70 milhões de doses da vacina, devido às exigências feitas pelo Ministério da Saúde ante a compra.

Atraso na produção da CoronaVac

O presidente do Instituto Butatan, Dimas Covas, se reuniu hoje com o laboratório Sinovac BioNTech, que desenvolve a vacina na China, e alegou que não foi notificado sobre uma nova data de entrega dos insumos.

A produção do Butantan foi interrompida hoje, por falta de IFA e Covas deixou claro que haverá atraso na programação de entrega das vacinas nos meses de maio e junho.

O governador João Doria (PSDB) atribuiu o atraso na chegada de insumos às críticas recentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a China.

O primeiro contrato foi cumprido com 12 dias de atraso, num volume de 46 milhões de doses. O segundo está em andamento. Foi assinado em fevereiro. Neste momento o que se atrasa é a previsão. Tínhamos a previsão de entregar em maio 12 milhões de doses e, em junho, seis milhões. É uma programação que vai sofrer atraso.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan

O governo de São Paulo está aguardando a chegada de 10 mil litros de IFA, que estão parados na China e aguardam liberação do governo chinês para serem enviados ao Brasil.

A previsão inicial era que os insumos fossem embarcados ontem e que chegassem na próxima terça-feira (18). Conforme informações repassadas por Dimas Covas, os chineses desmarcaram a data e não renovaram o prazo.

Queiroga atribui falta de IFA a 'questão contratual'

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a falta de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para a produção da CoronaVac é uma "questão contratual" entre a China e o Butantan. O ministro, no entanto, não deu detalhes sobre os entraves da negociação.

A questão do Butantan com a China é uma questão contratual. Espero que esse suprimento de IFA ocorra normalmente e a produção se regularize para que tenhamos também disponível a vacina CoronaVac como tem sido desde o começo do ano
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde