'País poderia ter evitado tragédia', diz Randolfe ao avaliar depoimento
O vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid e líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fez uma análise no Twitter sobre o depoimento do gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, ao colegiado. Para Randolfe, a fala do gerente-geral é "esclarecedora" e, se o governo tivesse aceitado as propostas da Pfizer, "não estaríamos vivendo essa tragédia".
Em depoimento que ocorre hoje no Senado, Murillo confirmou que, desde de maio de 2020, iniciaram reuniões com o Ministério da Saúde sobre vacinas da covid-19. Segundo ele, em 14 de agosto, a Pfizer apresentou uma primeira oferta - de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses - ao Brasil, com outras duas ofertas ainda no mesmo mês, e o cronograma de entrega para final de 2020 e início de 2021. Murillo afirmou que o governo brasileiro não aceitou, entre agosto e setembro do ano passado, contratos oferecidos pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020.
Logo após as declarações, Randolfe foi para as redes sociais analisar os números apresentados por Murillo. "Se o Governo Brasileiro tivesse adquirido vacinas ano passado, as 20 milhões oferecidas, nós teríamos protegido TODA a população com mais de 60 anos e ainda sobraria. Poderia ainda, (além de salvar milhões de vidas), já ter vacinado ano passado TODOS trabalhadores de saúde - cerca de 5 milhões de pessoas (setor público e privado) - todos da chamada cadeia produtiva da saúde".
Os cálculos do vice-presidente da comissão prosseguem: "Poderia ter vacinado TODOS os diabéticos (cerca de 13 milhões), muitos desses já estão na faixa de mais de 60 anos (35%)".
Randolfe destaca que a vacinação em massa poderia ter ocorrido apenas pelas vacinas da Pfizer e, se "somada às outras que vieram posteriormente, não estaríamos vivendo essa tragédia".
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