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Missão cumprida, diz Pazuello à CPI sobre sua saída do Ministério da Saúde

Rayanne Albuquerque, Luciana Amaral e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

19/05/2021 14h07Atualizada em 19/05/2021 15h25

"Missão cumprida", declarou o general do Exército Eduardo Pazuello hoje à CPI da Covid ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a deixar a gestão do Ministério da Saúde. As declarações foram feitas diante dos questionamentos do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Durante a oitiva, o ex-ministro está sendo cobrado sobre a atuação dele diante da crise sanitária que ocorreu em janeiro em Manaus, no Amazonas, quando faltaram insumos e oxigênio para os pacientes de hospitais da rede particular e pública de saúde.

Pazuello também afirmou que tomou a cloroquina para combater a covid-19. A medicação não tem eficácia comprovada par combater a doença.

O Brasil superou pela primeira vez a marca de 3 mil mortes por covid-19 em 24 horas. Na altura, o país registrava um total de 298.843 óbitos. O levantamento foi realizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde. Pazuello havia assumido oficialmente o cargo de ministro da Saúde em 16 de maio de 2020, após a saída do ex-ministro Nelson Teich.

TCU pode punir Pazuello por "omissões graves"

O TCU (Tribunal de Contas da União) retoma o julgamento de uma auditoria que já sinalizou "omissões graves" durante a gestão de Eduardo Pazuello ao longo da pandemia. O relatório tem apoio de quatro ministros que tentam convencer um quinto para garantir a aprovação do documento.

Em processos como esse, o TCU poderá definir a cobrança de multas, decretar a indisponibilidade de bens e proibir que os investigados exerçam funções de confiança no serviço público.

O tribunal conseguiu constatar que as ações de Pazuello retiraram as responsabilidades do governo federal sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, testes e insumos para os pacientes da covid-19.

A visão do TCU é que a forma como a pandemia foi conduzida por Pazuello afetou a resposta do sistema de saúde nacional ao coronavírus.

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.