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Deveria sair do Senado direto para a delegacia, diz Freixo sobre Pazuello

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante depoimento à CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante depoimento à CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

20/05/2021 17h03Atualizada em 20/05/2021 19h08

Políticos brasileiros repercutiram hoje o segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid, que investiga possíveis omissões do governo no combate à pandemia da covid-19 no país. Opositores e governistas comentaram algumas das respostas dadas por Pazuello aos senadores.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), por exemplo, fez uma série de publicações no Twitter para comentar o depoimento. Em um deles, disse que o ex-ministro "deveria sair do Senado direto para a delegacia" após classificá-lo como um "mentiroso compulsivo".

Freixo disse, também, que durante a fala, Pazuello confessou que Bolsonaro "se recusou a intervir na saúde do Amazonas". Por isso, para o deputado, as falas dele sobre Manaus são "a confissão de que o desgoverno Bolsonaro quando não está matando está deixando morrer".


Quem também comentou o dia no Senado foi Marina Silva (Rede Sustentabilidade), que ironizou a postura do ex-ministro no que ela considera uma proteção ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Ex-ministro Pazuello é alvo principal da CPI da Saúde. Já faltou com a verdade e distorceu fatos para blindar Bolsonaro. Se tivesse cuidado da nossa saúde como tenta salvar a pele de seu mandante, não teríamos perdido tantas vidas. Essa é a triste verdade de seu depoimento", disse.

Já o candidato a presidente nas Eleições de 2018 Guilherme Boulos (PSOL) ironizou a alegação de Pazuello em relação a um possível hackeamento da plataforma TrateCov, criada pelo Ministério da Saúde para recomendar o uso de cloroquina —medicamento sem eficácia científica comprovada— para combater a covid-19.

O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), afirmou que Pazuello não é "um homem mau". Para o senador, o ex-ministro da Saúde é "um burocrata que seguiu ordens sem pensar" e que "nunca entendeu que sua missão era salvar vidas, não obedecer" às ordens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Já a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-apoiadora do presidente, classificou como "cara de pau" e uma "vergonha para as Forças Armadas" a explicação de Pazuello sobre o aplicativo TrateCov - lançado em janeiro com destaque pelo governo e disponibilizado a médicos por quase uma semana.

O governista, deputado federal Marcos Feliciano (Republicanos-SP) voltou a chamar a Comissão de "CPI do Fuzilamento". E disse, sem citar o nome do ex-chefe da Saúde, que "o povo esta torcendo pelos depoentes e esculhambando os esquerdopatas de plantão".

Veja mais publicações

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.