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Rogério Carvalho diz que Bolsonaro cometeu crimes contra a saúde pública

Senador Rogério Carvalho - Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Rogério Carvalho Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL

24/05/2021 14h51Atualizada em 24/05/2021 17h06

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse hoje que a CPI da Covid já tem provas de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crimes contra a saúde pública na pandemia no coronavírus.

"Já temos mais do que o suficiente para provar o crime de saúde pública cometido pelo presidente e seus principais assessores. Agora, precisamos provar quantas mortes poderiam ser evitadas se as medidas adequadas fossem adotadas", cogitou o senador, em entrevista à GloboNews.

Para o senador, que é suplente na CPI, os indícios de que Bolsonaro cometeu crime contra a saúde pública vão desde o estímulo à aglomeração à tentativa de obstrução do isolamento social que o presidente teria feito.

O Bolsonaro e seu governo, ao longo de toda a pandemia, conduziram no sentido de largar a população na própria sorte, e deixar se contaminar naturalmente para adquirir a imunidade coletiva, que é uma ação temerária
Rogério Carvalho

Reconvocação de Pazuello

Carvalho também criticou a gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Para ele, o general do Exército foi um "ajudante de ordem" de Bolsonaro no período em que comandou a pasta.

"Ele, no Ministério da Saúde, foi nada mais, nada menos do que um ajudante de ordem do presidente da República, o que levou a quase 300 mil mortes, porque ele cumpriu à risca a determinação do presidente, que é de largar a população à própria sorte, para adquirir imunidade naturalmente. Essa é a tese que presidiu todo o período de Bolsonaro na condução da pandemia", criticou o senador.

O senador falou sobre a possível reconvocação do ex-ministro para a CPI. Assim como o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse mais cedo, Carvalho acredita que se Pazuello repetir a mesma postura que teve quando prestou o primeiro depoimento no Senado, será preso.

Ele ficou 14 dias fazendo treinamento de media training para chegar ali e ficar enrolando. As pessoas perguntando e ele fugindo das perguntas. Muito difícil você enfrentar alguém que está treinado para mentir e com uma dificuldade com habeas corpus que tava protegendo ele. Creio que no retorno dele, se ele repetir a mesma performance, sairá preso
Rogério Carvalho

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.