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Senador Otto Alencar diz que Bolsonaro 'está desautorizando' Queiroga

Senador Otto Alencar criticou a aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro  - Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Otto Alencar criticou a aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL

24/05/2021 13h52Atualizada em 24/05/2021 14h06

O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "está desautorizando" o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por causa de seu comportamento frente à pandemia do novo coronavírus.

Ontem, Bolsonaro participou de um passeio de moto pelas ruas do Rio de Janeiro, onde causou a aglomeração de apoiadores. O presidente estava sem máscara e infringiu outras determinações da Prefeitura do Rio e do governo do estado sobre a crise sanitária.

"Se o Marcelo Queiroga vai orientar de uma forma e o presidente faz de outra, o Marcelo Queiroga está desautorizado pelo presidente da República. Então, está no cargo para quê? Para se manter no cargo? Para ter na biografia que foi ministro de Estado da Saúde?", criticou o senador, em entrevista à GloboNews.

O senador culpou Bolsonaro pela atual situação da covid-19 no país. De acordo com o político, o presidente não dá o exemplo para a população ao provocar aglomerações e desrespeitar as medidas restritivas para evitar a propagação do vírus.

Tenho certeza absoluta que o presidente da República está contribuindo para o recrudescimento da doença, não só nas aglomerações, mas no exemplo. O exemplo do líder da nação é o exemplo que deveria ser de seguir as normas da Organização Mundial da Saúde, o que está defendendo seu ministro da Saúde
Otto Alencar

Reconvocação de Pazuello e Queiroga

Membro da CPI da Covid, Otto Alencar confirmou que a comissão vai pedir a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga.

Ao falar sobre um novo depoimento de Pazuello na CPI, o senador criticou o habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), antes do ex-ministro da Saúde falar à comissão.

"Espero que o ministro Lewandowski não dê mais habeas corpus para que as pessoas tenham o direito de mentir ou omitir. O Fabio (Wajngarten) mentiu, o Ernesto Araújo (ex-ministro das Relações Exteriores), o Pazuello também mentiu. O governo tinha dentro da sua estrutura de governo, sobretudo o Ministério Saúde, uma corporação de mentirosos", afirmou.

Otto Alencar disse que após os vários depoimentos já colhidos, a CPI vai começar a pedir a quebra de sigilos, como o do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten.

Vamos também pensar na convocação de Arthur Weintraub, outro do gabinete paralelo, que o presidente se dirigiu para que pudesse estudar a maneira de tratar a covid-19
Otto Alencar, sobre o ex-assessor da Presidência da República

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.