'Induzir imunidade pelo efeito rebanho é extremamente perigoso', diz Mayra
A servidora do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", criticou o isolamento social e medidas de restrição como o lockdown em depoimento à CPI da Covid na manhã de hoje.
Ao mesmo tempo, Pinheiro falou em oitiva ao colegiado que induzir a imunidade de rebanho — tese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — é "extremamente perigoso".
Você induzir a imunidade pelo efeito de rebanho é extremamente perigoso para grandes populações. Você não sabe quantas pessoas vão precisar ser submetidas a esse tipo de teoria e ela pode gerar milhares de óbitos. Então eu não concordo com isso, de forma generalizada. Em pequenos grupos populacionais isso pode ser usado
Mayra Pinheiro
A secretária havia sido questionada pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito se concordava com o isolamento vertical e relembrou que o presidente Bolsonaro disse em dezembro do ano passado, diante do avanço da pandemia, que a melhor vacina contra a covid-19 é o vírus.
Isolamento apenas para idosos
No início da sessão, no turno da manhã, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde defendeu que as crianças voltassem às escolas e que apenas os idosos fossem isolados.
Pinheiro negou ter defendido a imunidade de rebanho e disse que sua rejeição ao isolamento era somente em relação às crianças. Ao ser questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a secretária declarou que há um prejuízo causado às crianças que não estão frequentando as escolas.
Em contrapartida, a parlamentar alegou que "as crianças não vão sozinhas à escola" e citou que parentes e corpo docente poderiam adoecer com a covid-19. Mayra Pinheiro rebateu o argumento e, nessa hora, afirmou que os idosos poderiam ser isolados para não serem contaminados com a doença.
"Eu tive a melhor vacina, o vírus"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou os efeitos da pandemia da covid-19 e os riscos da contaminação em massa. Em dezembro do ano passado, Bolsonaro havia reduzido a credibilidade sobre a eficiência das vacinas e alegou que a "melhor vacina" é o "vírus".
Em seguida, acrescentou: "sem efeito colateral". Pelo vídeo, não fica claro o contexto da fala. Em declarações anteriores, Bolsonaro já avisou que não tomaria a vacina por já ter contraído o vírus.
Na altura, Bolsonaro defendia que o imunizante não seja obrigatório, já que ainda é "experimental" e criticou a "pressa" pela vacina.
O discurso do presidente foi feito em São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
* Colaborou Ana Carla Bermúdez
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