'Não sei do que se trata', diz Nunes sobre movimentações de R$ 150 mil
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse hoje não saber "do que se trata" o montante de R$ 150.000 investigado como parte de um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Ele diz não ter sido notificado pela Justiça nem conhecer a ex-funcionária envolvida nas acusações, mas nega irregularidades.
Segundo reportagem do Estadão publicada ontem, Nunes é investigado pela Polícia Civil por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro desviado da Prefeitura no seu mandato como vereador, entre 2013 e 2020. Parte do dinheiro voltado a creches na cidade teria parado na conta dos gestores de empresas envolvidas, entre elas empresas do prefeito e ex-funcionários.
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"O que eu sei da investigação é o mesmo que vocês sabem pela imprensa, não recebi nenhuma notificação. O que posso garantir é que não existe, na minha conta, nenhum depósito que não seja identificado. Agora, eu só não sei o que que é, do que se trata", justificou Nunes em uma ação de zeladoria na Lapa, zona oeste da capital.
O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mapeou transações financeiras suspeitas de uma empresa do atual prefeito e de entidades comandadas por ex-funcionários. Uma dedetizadora do prefeito e de seus familiares teria recebido dois depósitos num total de R$ 150.000 em dinheiro.
"Eu não lembro. Pelo que eu vi na matéria foi um [depósito] em 2015 e outro em 2018. Uma coisa eu posso garantir: não existe recebimento ilegal", afirmou Nunes.
O prefeito também disse não conhecer a ex-funcionária citada nas investigações. Ainda segundo o Estadão, entre 2019 e 2020, período da investigação, a Associação de Moradores Jacinto Paz recebeu R$ 20,6 milhões da prefeitura para atender cinco creches em Santo Amaro, reduto eleitoral de Nunes.
A entidade é presidida pelo casal Andrea Miranda e Gilson dos Santos. Ela trabalhou na campanha que reelegeu Nunes na Câmara Municipal, em 2016. O Estadão identificou que Andrea consta na prestação de contas entregue pelo prefeito à Justiça Eleitoral, com pagamentos registrados como "despesas com pessoal".
"Eu pedi para levantar [quem é], porque eu não conhecia a pessoa, nunca conversei. Andrea Miranda Nunes, ela trabalhou na minha campanha em 2016 como pessoa que distribuía panfletos. Ganhou R$ 800, tudo na prestação de contas, de um total de 296 pessoas que trabalharam na minha campanha. Qual relação que eu tenho? Nenhuma", declarou o prefeito.
Para ele, algumas pessoas estão "se precipitando" sobre as acusações. "O relatório do Coaf é uma coisa absolutamente normal, não se trata de dizer que alguém fez alguma coisa de errado", afirmou.
Nesta manhã, a bancada do PSOL na Câmara Municipal enviou um ofício à Mesa Diretora para "prestar esclarecimentos".
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