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Randolfe: Convocar governadores e Bolsonaro deveria vir após quebrar sigilo

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é o vice-presidente da CPI da Covid - Diego Bresani/UOL
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é o vice-presidente da CPI da Covid Imagem: Diego Bresani/UOL

Do UOL, em São Paulo

26/05/2021 15h51Atualizada em 26/05/2021 15h56

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou em entrevista à GloboNews que a convocação de governadores e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deveria ocorrer após a quebra de sigilo dos depoentes ouvidos pelo colegiado.

O parlamentar disse que seguiu a vontade da maioria e concordou com a submissão de pedidos para que os gestores estaduais fossem convocados e ele mesmo protocolou o pedido para que Bolsonaro fosse ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

Deveríamos, posteriormente, ter apreciado qualquer requerimento de governador. Não era momento para apreciação de requerimento de governador e presidente agora. Nós tínhamos que avançar nos requerimentos de apreciação de pedidos de informação se nas convocações que tem a ver com a coerência das investigações como elas estão indo. Posterior a isso, temos a quebra de sigilo
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid

Randolfe também acredita que a criação da CPI só ocorreu porque a Procuradoria-Geral da República falhou em investigar os motivos que geraram o descontrole da pandemia no Brasil. Na percepção do parlamentar, o único mecanismo existente hoje para controlar a falta de administração diante do avanço da covid-19 é a Comissão Parlamentar de Inquérito.

O vice-presidente da CPI disse ainda que existe uma "estratégia diversionista" de alguns senadores que compõem o colegiado, mas não citou diretamente quem seriam. Para ele, a estratégia desses parlamentares é criar "constrangimento e obstaculizar" a investigação, segundo falou em entrevista à GloboNews.

Gabinete paralelo no Ministério da Saúde

Entre as convicções de Randolfe Rodrigues está a existência de um "gabinete paralelo" no Ministério da Saúde. A gestão foi citada em depoimentos do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich durante as oitivas que ocorreram na CPI da Covid.

Randolfe disse à GloboNews que acredita que Pazuello tenha não apenas se subordinado como atuado "conforme as diretrizes" desse gabinete alternativo às decisões da pasta.

Agora na gestão de Marcelo Queiroga, volta a ter uma divisão. Qual é a lógica desse gabinete paralelo, a do negaciosismo. De acreditar que a pandemia se resolve infectando a todos, com a imunidade de rebanho. Este gabinete paralelo que nos trouxe a esse caos sanitário que nos encontramos
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.