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Omar diz que Nise será reconvocada como testemunha na CPI da Covid

Rayanne Albuquerque e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

01/06/2021 12h12Atualizada em 20/06/2021 10h42

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que a médica Nise Yamaguchi será reconvocada para prestar depoimento diante do colegiado devido às omissões que fez enquanto testemunha. A sessão que ouve a imunologista que defende o "tratamento precoce" e uso de medicações sem eficácia comprovada para combater a covid-19 teve início na manhã de hoje, no Senado Federal.

Aziz alegou que a "forma calma" de falar da médica convence as pessoas como se ela "estivesse falando a verdade" em relação ao uso de cloroquina e da adoção de um esquema de imunizações contrário ao que as entidades de saúde recomendam.

Doutora Nise, o que os seus colegas me falaram, eu retiro complementarmente. Eles estão totalmente equivocados em relação à senhora. A senhora esta omitindo aqui muita coisa. Eu sou presidente da comissão e estou alertando que a senhora será convocada novamente para cá e não mais convidada
Omar Aziz

A imunologista Nise Yamaguchi chegou a negar que tenha conhecimento de um gabinete paralelo no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com aconselhamentos sobre a forma como deveria ser guiado as ações de enfreamento da pandemia do coronavírus.

As declarações contrastam com as falas do presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Antonio Barra Torres prestadas ao colegiado, no qual ele citou que a médica aconselhava inclusive a mudança na bula da cloroquina para combater sintomas dos pacientes da covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada, mas tem uso amplamente incentivado pelo presidente e pela imunologista.

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.