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Salles pede para ser ouvido pela PGR para que "fatos sejam esclarecidos"

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente - Arquivo - Lula Marques
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente Imagem: Arquivo - Lula Marques

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

01/06/2021 09h35

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu para que seja ouvido pela PGR (Procuradoria Geral da República) a respeito das investigações da operação Akuanduba. Salles é suspeito de ter ligação com crimes contra a administração pública praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Em petição apresentada ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, Salles quer a oitiva para dar esclarecimentos.

Salles quer que o inquérito seja encaminhado para o procurador-geral da República, Augusto Aras, "para que este promova a oitiva do peticionário [Salles], juntamente com representante da Polícia Federal, e os fatos sob investigação possam ser cabalmente esclarecidos o mais rápido possível". A petição, apresentada hoje, é assinada pelos advogados Roberto Podval, Daniel Romeiro e Larissa Rodrigues Pettengill.

Não há prazo para que Moraes se manifeste sobre o pedido de Salles.

Entre os pontos investigados na operação Akuanduba está o possível envolvimento de Salles em desvios envolvendo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

As investigações não tiveram envolvimento da PGR, que criticou a operação no dia em que ela ocorreu, 19 de maio, falando em violação do "sistema constitucional acusatório".

Ontem, a PGR pediu abertura de inquérito para investigar Salles em uma outra ação que está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. No caso, a suspeita é de que Salles teria atuado para obstruir investigação ambiental e favorecer madeireiros investigados pela PF (Polícia Federal).

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.