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Fraco, confuso e homicida: senadores reagem a críticas de Bolsonaro à CPI

O senador Otto Alencar (PSD-BA) foi citado por Bolsonaro e rebateu - Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Otto Alencar (PSD-BA) foi citado por Bolsonaro e rebateu Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

03/06/2021 22h46

Ao menos dois senadores reagiram nas redes socias às declarações sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na sua live de hoje.

Otto Alencar (PSD-BA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membros da CPI, criticaram Bolsonaro usando adjetivos como "fraco", "confuso", "homicida e "negacionista".

Otto Alencar, que foi mencionado pelo presidente, se referiu diretamente a sua fala. "Quanto às críticas feitas a minha atuação na #CPI, pelo PR @jairbolsonaro, reitero o que disse em 3/4/20. Meu Deus, como um homem tão fraco, confuso, que não sabe diferenciar o real do irreal e com falsas crenças pode tomar por meio do voto a dianteira em um País tão maravilhoso", escreveu o senador no Twitter.

Já Alessandro Vieira não mencionou a live de Bolsonaro, mas publicou suas críticas logo em seguida. "Politização das FA e das polícias, negacionismo homicida, boçalidade e mentira como método de governo, pandemia descontrolada e fome. Os problemas do Brasil seguem aumentando, mas vamos manter o foco: SALVAR VIDAS e evitar que o desastre se repita. E ele tem nome: Jair Bolsonaro".

Em sua live semanal nesta quinta, Bolsonaro criticou os trabalhos da CPI da Covid. Desta vez, além de afirmar que a CPI perde "a chance de ser útil", ele também criticou nominalmente nomes como o do senador Omar Aziz e do relator Renan Calheiros.

Uma figura desqualificada como Renan Calheiros, ou Otto [Alencar], ou Omar Aziz. Não tem cabimento. CPI é coisa séria. No passado, CPIs eram coisas sérias. Pessoal acha que com uma CPI vai derrubar o presidente. Vai derrubar por quê? Tão apurando desvios de recursos? Não, né, até porque o Renan falou que essa CPI não será usada para apurar desvios de recursos."

Jair Bolsonaro é cobrado por promover aglomerações durante a pandemia de covid-19 e vem sendo levantada a possibilidade de que ele tenha que prestar explicações. O presidente, porém, anunciou um novo evento, um encontro de motociclistas em São Paulo.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.