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Kennedy Alencar: Queiroga sai da CPI 'como fantoche que ele é'

Do UOL, em São Paulo

08/06/2021 18h38Atualizada em 08/06/2021 19h09

O colunista do UOL Kennedy Alencar disse hoje que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terminou o seu segundo depoimento na CPI da Covid reforçando a sua condição de submissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em participação no UOL News, Kennedy afirmou que a nova oitiva de Queiroga "acrescentou muito pouco" à investigação conduzida pelos senadores.

Após quase um mês do seu primeiro depoimento na CPI, que foi visto como contraditório e pouco esclarecedor em relação às possíveis omissões do governo federal na condução da pandemia de covid-19, Queiroga participou de uma segunda oitiva com os senadores hoje, quando tentou se opor a posicionamentos de Bolsonaro.

Ele sai como fantoche que ele é, ele topa ficar no Ministério e obedecer a cartilha do bolsonarismo e do negacionismo.
Kennedy Alencar, colunista do UOL

Para Kennedy, o ministro da Saúde voltou à CPI mais preparado e determinado a não comprometer Bolsonaro. Para isso, Queiroga até mudou sua versão sobre a nomeação da infectologista Luana Araújo, que deu seu depoimento aos senadores na semana passada.

Apesar de afirmar no depoimento anterior que o nome de Luana não tinha passado pelo crivo da Casa Civil, Queiroga disse hoje que a decisão foi dele.

Ele foi mais treinado para esse depoimento. Ele mata no peito o caso da Luana Araújo, que convidou e desconvidou por ordem do presidente Jair Bolsonaro e da Casa Civil. Ele contraria fatos notórios.
Kennedy Alencar, colunista do UOL

"Perda de tempo"

O novo depoimento de Queiroga levantou a hipótese de reconvocações da CPI não serem produtivas. Além da reconvocação do atual ministro da Saúde, um novo depoimento do ex-chefe da pasta, o general da ativa Eduardo Pazuello, já foi aprovado pelos senadores.

"É um depoimento que alerta a CPI para o risco dessas [novas] convocações virarem perda de tempo e perda de foco", disse Kennedy.

"É um depoimento que acrescentou muito pouco, a CPI devia ter um foco maior no presidente Bolsonaro", acrescentou o colunista do UOL.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.