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Elcio Franco reclama de comunicação da Pfizer sobre vacina

Do UOL, em São Paulo

09/06/2021 13h02Atualizada em 09/06/2021 14h22

Antônio Elcio Franco Filho, ex-número dois do Ministério da Saúde durante a gestão do ministro Eduardo Pazuello, reclamou hoje da comunicação com a Pfizer para a aquisição de vacinas. Elcio Franco presta depoimento na CPI da Covid.

Segundo o ex-secretário-executivo da Saúde, não houve incompetência nem ineficiência da equipe do Ministério da Saúde, como afirmou o ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Fabio Wajngarten.

"Nem incompetência nem ineficiência. A Pfizer colocava cláusulas muito restritas, inclusive as doses previstas da Pfizer para [o consórcio] Covax Facility estão com problemas por causa da regulamentação das exigências da Pfizer", afirmou Elcio.

Ele também reclamou da comunicação com a Pfizer e disse que, se houvesse algum "buraco" nas negociações, o presidente da farmacêutica no Brasil, Carlos Murilo, "poderia ter se comunicado" porque tinha seu número de telefone e vice-versa.

Segundo Elcio, a Pfizer reiterava o mesmo e-mail 3 ou 4 vezes por dia. "Então, dentro desse universo, eles estão com a mesma cor, o mesmo ofício mandado".

Sobre um ataque hacker na rede do Ministério da Saúde, usado como justificativa da pasta para não responder a um dos e-mails da Pfizer, Elcio confirmou a versão. "Minha caixa de e-mails ficou inoperante, e de todo o Ministério, entre 5 e 12 de novembro".

"Com relação às outras propostas, havia videoconferências, contato telefônico, e-mails de resposta e eu destaco que a Pfizer exigia, por exemplo, que o memorando de entendimentos fosse assinado pelo Presidente da República, com aquelas cláusulas. No primeiro momento, ela não garantia o sucesso no desenvolvimento da vacina, e exigia a assinatura do contrato 30 dias após. Ou seja, era um memorando vinculante, que nos obrigaria pagar adiantado sem a garantia sequer do sucesso do desenvolvimento da vacina."

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.