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Vereadores de São Paulo vão à Justiça contra 'motociata' de Bolsonaro

Erika Hilton (PSOL-SP), por exemplo, acionou o MPSP contra o secretário Thiago Milhim por improbidade - Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Erika Hilton (PSOL-SP), por exemplo, acionou o MPSP contra o secretário Thiago Milhim por improbidade Imagem: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/06/2021 18h50Atualizada em 12/06/2021 18h52

Ao menos dois vereadores de São Paulo entraram ou vão entrar na Justiça contra a "motociata" ocorrida hoje na cidade com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ambas as representações dizem respeito ao repasse de mais de R$ 75 mil pela Secretaria de Esporte e Lazer para a realização do evento.

A vereadora Erika Hilton (PSOL-SP), por exemplo, anunciou ter ajuizado uma ação no MPSP (Ministério Público de São Paulo) contra o secretário Thiago Milhim por improbidade administrativa. Além de questionar a liberação de recursos para a "motociata" de Bolsonaro, Hilton pede o ressarcimento dos mais de R$ 75 mil aos cofres públicos.

O vereador Arselino Tatto (PT-SP) também informou que vai acionar o MP estadual para apurar possível crime de improbidade administrativa do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A denúncia, segundo Tatto, está fundamentada no despacho publicado ontem no Diário Oficial da Cidade, assinado por Milhim, que autoriza a contratação direta por dispensa de licitação da empresa São Paulo Turismo para, entre outras coisas, instalar gradis no ato, oficialmente chamado de "Carreata Acelera para Cristo com Bolsonaro".

"É um absurdo que a prefeitura esteja gastando com esse tipo de atividade que gera aglomeração e, consequentemente, a proliferação do coronavírus. Vou entrar com uma representação no Ministério Público para que seja apurado possível crime de improbidade administrativa do prefeito", afirmou em nota.

"Motociata" e discurso em SP

Além de participar do passeio de moto, Jair Bolsonaro discursou em um carro de som na região do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. No palanque, nem ele, nem seus apoiadores usavam máscara — atitude que rendeu multa de R$ 552,71 ao presidente e aos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

Outros cinco deputados federais — incluindo Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) — e um deputado estadual também foram autuados.

Em tom de campanha eleitoral, Bolsonaro disse querer entregar "bem lá na frente" um governo melhor do que recebeu. Mais uma vez, ele criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e as medidas restritivas para frear o avanço da pandemia, que já matou mais de 480 mil pessoas no Brasil.

"Temos hoje no Brasil um presidente da República, um governo que acredita em Deus, que é leal à sua população, respeita seus militares e só tem um objetivo: no futuro, lá na frente, bem lá na frente, entregar um governo bem melhor do que recebeu em janeiro de 2019", declarou.