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CPI marca depoimentos de Osmar Terra e Filipe Martins para próxima semana

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) foi convidado a comparecer à CPI da Covid na próxima terça-feira (22) - ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) foi convidado a comparecer à CPI da Covid na próxima terça-feira (22) Imagem: ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL

16/06/2021 19h25

A CPI da Covid definiu a data para depoimento do ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e de Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República, O primeiro deverá comparecer à Comissão na próxima terça-feira (22), e o segundo na quinta-feira (24).

A convocação do deputado foi aprovada pela maioria dos senadores da CPI na semana passada. Osmar Terra foi chamado para que explique como funcionava o chamado "gabinete paralelo" da Saúde, que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à pandemia do coronavírus.

O deputado, que se posiciona contra medidas de distanciamento social, fez diversas previsões erradas sobre o número de mortes causadas pela doença, assim como sobre o fim da pandemia no Brasil. Ele também defende o tratamento precoce com o chamado "kit covid" - que usa remédios ineficazes contra a covid-19.

Sobre Filipe Martins, a CPI investiga a participação dele em episódios relacionados à compra de vacinas pelo governo federal, envolvimento apontado pelo ex-ministro da saúde Henrique Mandetta. O assessor da Presidência também foi citado pelo presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, que alegou ter o encontrado em uma reunião no Palácio do Planalto, em dezembro de 2020.

Hoje, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber decidiu manter as quebras de sigilo telefônico e telemático de Filipe Martins, determinadas pela CPI da Covid. O assessor da Presidência havia recorrido ao Supremo para barrar a medida. A ministra entendeu que existem indícios de que ele "teria concorrido diretamente para o atraso na aquisição de imunizantes pelo Estado brasileiro e, por via de consequência, influenciado no agravamento da situação pandêmica hoje vivenciada no país".

Recentemente, Filipe Martins esteve envolvido, também, em outro caso. O MPF (Ministério Público Federal) o denunciou por realizar um gesto ligado a grupos racistas e supremacistas durante uma sessão no Senado. Para o órgão, "ficou evidente" que o assessor "tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.