Chuva impede ida de Bolsonaro a enterro de policiais no Rio
A chuva frustrou os planos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretendia ir hoje à tarde ao enterro de dois policiais militares assassinados em serviço no Rio de Janeiro. Mais cedo, ele participou de um almoço com empresários dos setores de supermercado, comércio e indústria no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Depois de deixar o hotel por um acesso lateral sem falar com a imprensa, Bolsonaro entrou no condomínio Vivendas da Barra, sua antiga residência, sob forte escolta policial. De lá, embarcaria em um helicóptero e partiria para o cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, a cerca de 20 km dali. Assessores da presidência informaram que Bolsonaro não foi ao sepultamento porque não havia condições climáticas para o pouso da aeronave —o que foi confirmado pelo presidente em live.
Bolsonaro mira os policiais como base eleitoral com vistas a 2022 a quem faz acenos —o mais recente se deu ontem quando o presidente confirmou que o governo deve lançar uma linha de crédito subsidiado para policiais militares.
No cemitério, havia incerteza sobre a ida do presidente ao enterro. Porta-voz da PM, o major Ivan Blaz disse ter sido informado sobre a possível ida de Bolsonaro ao sepultamento por policiais do 24º BPM (Queimados), unidade onde atuavam. "Está confirmado?", perguntou.
As mães dos policiais militares Sérgio Magalhães Belchior e Helder Augusto Gonçalves Silveira, assassinados na noite de quarta-feira (16) por criminosos dentro de uma viatura em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, não sabiam que Bolsonaro pretendia ir ao enterro.
"Estou sabendo por vocês. Gosto muito do presidente. Meu filho gostava dele também. Se tiver a oportunidade, vou dar um abraço nele", disse Sônia Gonçalves Silveira, mãe de Helder, enquanto o corpo do policial era velado em uma capela.
"Que ele esteja presente em uma situação dessas para ver se muda alguma coisa", disse a dona de casa Eliane Magalhães, mãe do PM Sérgio Belchior. "Mais um policial morto. Foi uma covardia o que fizeram com o meu filho", desabafou.
Sem Bolsonaro, Sônia e Eliane acompanharam o cortejo, enquanto pétalas de rosa eram jogadas por um helicóptero da PM.
Os caixões, cobertos por bandeiras do Brasil, passaram por policiais perfilados. Houve três salvas de tiro. As bandeiras foram entregues às famílias antes do enterro dos caixões, na mesma cova.
Bolsonaro culpa mau tempo
Em sua live semanal, realizada nas redes sociais, Bolsonaro justificou a ausência no enterro dos policiais.
"Acabei de chegar do Rio de Janeiro. Quase que a live foi cancelada, porque mais um fato lamentável no Rio de Janeiro. Foram executados nessa madrugada dois policiais militares na Baixada Fluminense. Eu ia ao sepultamento deles, mas a questão de mau tempo complicou o pouso do helicóptero e bem como, caso pousasse, poderia não decolar também. Talvez tivesse de retornar só amanhã. A gente lamenta o ocorrido, apresenta nossas condolências a familiares e amigos", afirmou ele.
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