Novo ministro do Meio Ambiente atuou em entidade ruralista por 23 anos
O novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, atuou por mais de 23 anos como conselheiro da SRB (Sociedade Rural Brasileira). Nomeado hoje para o ministério no lugar de Ricardo Salles, que pediu demissão, Leite estava desde setembro do ano passado no comando da secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais.
Além de formular políticas para a preservação do bioma amazônico, a estrutura que Leite comandava é responsável por organizar o sistema de pagamentos ambientais, implantado pelo governo Bolsonaro para remunerar proprietários de terra que preservam suas áreas.
"A atuação dele aqui foi muito pautada no pagamento dos serviços ambientais. Ele veio para viabilizar isso, que é uma pauta que une o agronegócio à área ambiental", disse ao UOL um funcionário do ministério.
Segundo este servidor, a saída de Salles já era aguardada na pasta devido à situação jurídica de Salles, que é alvo de dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposto favorecimento a madeireiros. O nome de Leite, no entanto, não era cotado para assumir a pasta. "Foi uma surpresa. As pessoas estão estupefatas, porque ele não é uma pessoa do mundo político. Mas é muito ligado ao Salles", disse o servidor.
O currículo registrado no site do ministério informa que Leite não tem formação específica na área ambiental. O novo ministro é graduado em administração pela Universidade de Marília (Unimar) e um mestrado em MBA Executivo pelo Insper, também em São Paulo. Profissionalmente, ele foi consultor de manejo florestal, foi diretor de uma incorporadora e teve uma fazenda de café. Ele está no governo Bolsonaro desde julho de 2019.
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