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'Já vai tarde': oposição comemora saída de Ricardo Salles do Meio Ambiente

Para opositores, Salles "já vai tarde" e deixou "um rastro de destruição na política ambiental" do Brasil - Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo
Para opositores, Salles "já vai tarde" e deixou "um rastro de destruição na política ambiental" do Brasil Imagem: Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/06/2021 18h32Atualizada em 23/06/2021 21h26

Políticos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) comemoraram hoje o pedido de demissão de Ricardo Salles, alvo de investigações da Polícia Federal, do Ministério do Meio Ambiente. Para muitos, Salles "já vai tarde" e não deixou um bom legado na pasta, mas sim, "um rastro de destruição na política ambiental".

Um dos primeiros a se manifestar foi o delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas. Ele foi afastado do cargo em 15 de abril, um dia após enviar uma ação contra Salles ao STF (Supremo Tribunal Federal), e também celebrou o pedido de demissão do ex-ministro.

"E eu continuo delegado de Policia Federal!", ironizou Saraiva.

Depois, ele ainda compartilhou um trecho de uma entrevista de Salles e escreveu: "Eu avisei que não ia passar boiada [na PF do AM]."

Confira outras reações à saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente:

Marina Silva (Rede), ex-ministra do Meio Ambiente

"Vai tarde! Continuamos atentos para cobrar rigorosa punição por seus atos. A saída de Ricardo Salles é uma vitória da sociedade, mas ainda é uma vitória parcial; sabemos que ele era o operador da política nefasta e antiambiental de Bolsonaro. Seguimos na luta e resistindo."

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador e vice-presidente da CPI da Covid

"Já vai tarde!"

Humberto Costa (PT-PE), senador e membro da CPI da Covid

"Quantas árvores precisaram ser derrubadas para que Ricardo Salles também fosse? Falta cair somente o dono da boiada. #ForaBolsonaro"

Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal

"Salles 'pede' demissão. É a tal saída honrosa para um ex-liberal que virou um minion patético. O bolsonarismo virou uma doença e ataca quem não tem força, ou caráter, ou cérebro, ou dignidade, ou todas as coisas juntas. Salles já vai tarde. Era o Ernesto [Araújo] do Ministério do Meio Ambiente."

Leila Barros (PSB-DF), senadora

"Ricardo Salles saiu do governo, mas deixou um rastro de destruição na política ambiental do País. Foi tarde! Mais importante que a exoneração dele é interromper a política de passar a boiada. Que o próximo ministro seja responsável com o Meio Ambiente."

Ivan Valente (PSOL-SP), deputado federal

"Fechem as fronteiras. Salles não pode escapar como o covarde [Abraham] Weintraub. Salles deve ser preso por corrupção. Por ironia, a boiada passa na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça da Câmara], acabando com a demarcação de terras indígenas no mesmo dia, e a corrupção da vacina Covaxin explode no colo de Bolsonaro."

Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal

"Coincidência ou não, o fato é que para cada escândalo de corrupção que explode no governo Bolsonaro cai um ministro. A bola da vez é o Salles, que despenca igual maçã pobre [sic], após revelações de superfaturamento na compra da vacina indiana pelo governo Bolsonaro, a Covaxin."

A Ascema Nacional enfatiza as denúnicas anteriores sobre as atrocidades cometidas por Salles e seus apoiadores, na tentativa de atuar assiduamente contra a proteção do meio ambiente, atacando o serviço público e buscando passar a boiada do desmatamento, do garimpo ilegal e da depredação da fauna e da flora, visando apenas lucro e benefícios para ruralistas e empresas descomprometidas com a proteção do nosso patrimônio natural. Repudiamos a perseguição aos servidores públicos, proposta pelo governo na forma da PEC n. 32 (Reforma Administrativa).
Ascema Nacional (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente)

Greenpeace

"Salles nunca foi Ministro do Meio Ambiente. Sua conduta sempre gerou danos ambientais e investigações. Por esse motivo, ele pediu demissão da função que nunca cumpriu. Já vai tarde."