4 argumentos de Gilmar para ampliar suspeição de Moro em ações contra Lula
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu ao pedido de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e estendeu hoje a suspeição do ex-juiz Sergio Moro em outros dois processos contra o petista.
Assim, três processos contra Lula —o do tríplex, o do sítio de Atibaia e o de doação de um imóvel para o Instituto Lula— voltam à estaca zero. Na decisão, Gilmar argumentou que "houve a persecução penal do paciente em cenário permeado pelas marcantes atuações parciais e ilegítimas" de Moro.
O ministro viu semelhança nos três processos conduzidos pelo ex-juiz contra Lula. Veja, a seguir, argumentos usados por Gilmar Mendes para estender a suspeição:
"Abusos" repetidos em processos
Na decisão, Gilmar Mendes afirmou que "diversos dos fatos ocorridos e que fundamentaram a decisão da Turma pelo reconhecimento da suspeição são compartilhados em todas as ações penais, como os abusos em conduções coercitivas e na decretação de interceptações telefônicas".
Chamou ainda a atuação de Moro de "enviesada" e que, "como julgador, definia os limites da acusação e atuava em conjunto com o órgão de acusação".
Limitação da defesa
Em sua argumentação, Gilmar diz que Moro "realizou a quebra de sigilos telefônicos do paciente, de seus familiares e até mesmo de seus advogados, com o intuito de monitorar e antecipar as estratégias defensivas", limitando a possibilidade de defesa de Lula.
Delação premiada de Palocci
O ministro do STF também usou como argumento o "levantamento do sigilo da delação premiada de Antônio Palocci Filho com finalidades eleitorais em meio ao pleito em curso naquele momento".
Isonomia e segurança jurídica
Pela "isonomia" e "segurança jurídica", já que o STF reconheceu ontem que Moro foi parcial no processo do caso do tríplex contra Lula, o ministro afirmou ser "dever" do Supremo entender a decisão aos outros casos.
O que disse a defesa de Lula
Para a defesa de Lula, a decisão "confere a amplitude necessária à suspeição do ex-juiz Sergio Moro que foi consolidada pelos recentes julgamentos do Supremo".
"Com essa extensão, que atende ao pedido que formulamos, todos os processos em que o ex-juiz Sergio Moro atuou envolvendo o ex-presidente Lula estão maculados pela nulidade irremediável —de forma que nenhum ato poderá ser reaproveitado em qualquer instância", afirmam os advogados em nota.
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