Datena diz que está perto do PSL e não descarta disputar a Presidência
O jornalista José Luiz Datena deve se filiar ao PSL e pode ser candidato a presidente da República, desejo do partido. O PSL quer anunciar a filiação nos próximos dias.
Segundo o vice-presidente nacional do partido, deputado federal Júnior Bozzella, Datena pode disputar o Planalto pelo PSL, que, em 2018, abrigou o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).
Consultado, o jornalista confirmou o convite para ingressar no partido e disse que deve fechar a questão após conversar com o presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad, onde Datena trabalha.
"Tivemos uma reunião ontem. Eles têm essa intenção de que eu me filie pelo PSL e saia candidato a presidente da República", disse Datena ao UOL. "Deixei garantido o Senado e o governo [de São Paulo]. Não está afastada nenhuma possibilidade. Pode ser até a terceira via, mas até agora eu não me defini."
Ele afirma que, desta vez, será candidato a algum cargo político em 2022. "Eu vou ser candidato. Agora só resta saber a quê".
Se houver chance real de partir para uma disputa presidencial, pode ser até que aconteça. Mas o meu foco principal, por enquanto, realmente seria Senado e governo, mas não está afastada a possibilidade de tentar ser candidato a presidente. Depende mais da avaliação do partido
José Luiz Datena, jornalista
Em nota, o presidente do PSL e deputado federal, Luciano Bivar (PE), disse que a decisão da filiação do jornalista aconteceu após um jantar ontem que contou com a participação dos deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
"Datena está se filiando ao PSL. No encontro que tivemos ontem, ele comunicou aos amigos para transmitir a sua filiação ao partido. Ele disse que já se considera um filiado ao PSL", disse Bivar.
"Vida é destino"
Apesar de mostrar preferência pelo Senado ou pelo governo paulista, o jornalista diz que "a vida é destino". "Se, de repente, houver chance científica, comprovada por pesquisa, que eu possa disputar a Presidência, aí vai prevalecer a vontade do partido e da coligação."
Datena pretende conversar com o presidente do Grupo Bandeirantes "entre hoje e amanhã". "Ele não é meu patrão. É meu amigo, me orienta. Mas eu dependo dele para tomar uma decisão."
O jornalista também diz que "dificilmente não haverá acerto com o PSL, praticamente impossível não haver".
Outras filiações
Além de Datena, o PSL pretende trazer o deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, para concorrer ao cargo de governador. Em 2020, ele tentou a disputa à Prefeitura de São Paulo pelo Patriota e, em breve, deve se filiar ao PSL.
Datena diz que a candidatura do deputado estadual ao governo paulista não seria um impeditivo para sua ida ao partido. "Só quero definitivamente entrar na política. Estou sentindo que agora é a chance de entrar."
O jornalista já foi filiado a PT, Progressistas, PRP, DEM e, o mais recente, MDB, pelo qual quase foi vice de Bruno Covas (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2020. Segundo ele, das outras vezes em que quase entrou na política, "não sentiu firmeza no entorno".
"Luta pela terceira via"
"Eles são dois expoentes no combate ao radicalismo e extremismo. Representam a luta contra a corrupção, contra o autoritarismo e pela democracia, ou seja, defendem as mesmas bandeiras que o PSL", disse ao UOL Bozzella, também presidente estadual do partido.
A chegada de ambos, Arthur e Datena, ao partido irá fortalecer ainda mais a nossa luta pela terceira via."
Júnior Bozzella, vice-presidente nacional do PSL
Chefe de gabinete de Mamãe Falei, Renato Battista deve deixar a presidência do Patriota na capital para ser candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo pelo PSL no ano que vem. Outros integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) também estão fazendo o caminho para o antigo partido de Bolsonaro.
O movimento de Battista e do deputado estadual aconteceu após o Patriota abrigar o filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e dar mostras de que pode ser o partido pelo qual o presidente tentará a reeleição no ano que vem.
"Estou construindo a vinda do MBL. Nosso objetivo é que todos concorram pela mesma sigla em 22, com chapa completa. Arthur ao Governo e demais quadros do movimento, como o Renato Battista que deve concorrer a estadual", diz o vereador paulistano Rubinho Nunes, que tem coordenado a migração do grupo para o PSL. "Para isso, meu trabalho é expurgar todo bolsonarismo do PSL e higienizar o partido."
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