Bolsonaro chama 7 senadores da CPI de 'bandidos' e não fala sobre denúncias
Presente na inauguração da Estação Radar de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar o grupo conhecido como 'G7' da CPI da Covid, formado por senadores que se consideram independentes ou de oposição ao Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, o presidente não falou sobre as denúncias de corrupção na compra de vacinas contra covid-19.
No evento, Bolsonaro reafirmou ser alvo de "mentiras" sem especificar sobre o que se tratava. Ontem, o jornal Folha de S.Paulo revelou que o agora ex-diretor de Logística do ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, solicitou a cobrança de US$ 1 por dose de vacina da AstraZeneca que seria comprada pela empresa Davati Medical Supply. A empresa dizia negociar a venda de 400 milhões de doses. A AstraZeneca alega não ter representantes para venda de vacina.
No evento, o presidente abriu sua fala dizendo que a liberdade é o 'maior bem de uma nação', e que os 'sete bandidos' não vão tirá-lo do cargo, referindo-se ao grupo formado por Renan Calheiros (MDB-AL), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Braga (MDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
"Satisfação de ter ao nosso lado pessoas comprometidas com o futuro da pátria. Não conseguem nos atingir. Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui. Temos uma missão pela frente: conduzir os destinos da nossa nação e zelar pelo bem-estar e progresso do nosso povo. Hoje estamos inaugurando mais uma ação do governo, e isso nos proporcionará paz, tranquilidade, o combate também, além de ilícitos, um dos maiores no meu entender, trafico de drogas e armas, isso trará paz para o centro do Brasil. É uma missão da nossa força aérea, que nos orgulha", afirmou.
A CPI ainda é composta por mais quatro integrantes, que são mais alinhados ao governo. Em resposta a Bolsonaro, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, lamentou o ataque. "Eu vou aqui mandar uma mensagem. Presidente, pare de olhar no espelho e falar com ele. Quando a gente fala pro espelho, dá nisso", declarou Omar, durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado.
Bolsonaro desembarcou por volta do 12h no Estado, e se dirigiu à região de fronteira para a inauguração dos radares, que vão servir como ferramenta para modernização do controle do espaço aéreo contra o tráfico de drogas e armas.
Nova aglomeração
O presidente novamente promoveu aglomeração ao parar para cumprimentar seus apoiadores, que se concentraram nos arredores do aeroporto.
De acordo com o decreto nº 1546, de junho de 2020, o uso de máscaras é obrigatório no Mato Grosso do Sul, com punições que vão de advertência a multa.
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