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Otto Alencar discute com advogado de Wizard e ameaça retirá-lo da CPI

Do UOL, em São Paulo

30/06/2021 13h36Atualizada em 30/06/2021 13h46

O senador Otto Alencar (PSD-BA) discutiu hoje com o advogado Alberto Zacharias Toron, do empresário Carlos Wizard, na CPI da Covid. O senador, que no momento presidia a sessão, afirmou que, enquanto Wizard havia "amarelado", o seu advogado estava "vermelhinho" como se tivesse tomado "banho de sol".

O comentário desencadeou uma discussão entre os dois. "Vossa Excelência está errado", começou Toron em tom de voz elevado. Ele foi interrompido por Otto, que disse que não o deu a palavra. Toron continua: "O senhor se referiu a mim e não quer que eu responda. Isso é uma covardia".

Otto então ameaça chamar a polícia legislativa para retirar o advogado da sessão. "Me pede desculpas ou tiro o senhor daqui. Não queria ofender, fiz uma brincadeira com você. Eu quis elogiar e [o senhor] me chamou de covarde".

"Vossa Excelência se referiu a mim de forma jocosa, de forma a me colocar no ridículo e quando eu quis responder, o senhor não permitiu e eu disse que essa atitude é de uma covardia. Tenho respeito por Vossa Excelência, meu objetivo aqui é acompanhar calado, mas Vossa Excelência se referiu a mim. Eu nunca quis ofender Vossa Excelência".

Em seguida, os dois conversaram, a sessão foi brevemente interrompida e o advogado permaneceu na sessão da CPI.

"Penso que, depois de ouvir Vossa Excelência, houve um grande mal-entendido. Quero reafirmar o respeito e a admiração que tenho por Vossa Excelência. O senhor se referiu a mim como estando corado diante da falta de coragem —eu entendi assim —e reagi porque entendi injusta. Mas, diante da fala de Vossa Excelência, me vejo com absoluta tranquilidade para falar que não passou de um grande engano e que o senhor não é um homem covarde, claro que não", disse Toron.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.