Quais são os crimes listados em superpedido de impeachment contra Bolsonaro
Parlamentares e entidades da sociedade civil apresentaram à Câmara dos Deputados um "superpedido" de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde de hoje.
No documento, são listados 21 atos cometidos por Bolsonaro e que, de acordo com a Lei 1.079/1950, que define os crimes de responsabilidade de autoridades de Estado e rege o processo de impeachment, configurariam 23 crimes.
Clique aqui para ler o pedido completo.
"Não comporta dúvida, portanto, que atos do presidente da República que atentem contra a Constituição são, por assim dizer, a pedra de toque da configuração jurídica dos crimes de responsabilidade e, via de consequência, da deflagração objetiva do processo de impeachment presidencial em nosso país", diz o texto.
O "superpedido" é assinado por mais de 45 nomes que representam entidades e partidos que vão da direita à esquerda. Entre eles, estão ex-aliados de Bolsonaro, como os deputados Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP), além de representantes de movimentos sociais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e o Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil).
Veja, a seguir, os supostos crimes listados no documento:
- Crime contra a existência política da União. Ato: fomento ao conflito com outras nações
- Hostilidade contra nação estrangeira. Ato: declarações xenofóbicas a médicos de Cuba
- Crime contra o livre exercício dos Poderes. Ato: ameaças ao Congresso e STF e interferência na PF
- Tentar dissolver ou impedir o funcionamento do Congresso. Ato: declarações do presidente e participação em manifestações antidemocráticas
- Ameaça contra algum representante da nação para coagi-lo. Ato: disse de que teria que "sair na porrada" com senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), membro da CPI da Covid
- Opor-se ao livre exercício do Poder Judiciário. Ato: interferência na PF
- Ameaça para constranger juiz. Ato: ataques ao Supremo
- Crime contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
- Usar autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder. Ato: trocas nas Forças Armadas e interferência na PF
- Subverter ou tentar subverter a ordem política e social. Ato: ameaça a instituições
- Incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina. Ato: ir a manifestação a favor da intervenção militar
- Provocar animosidade nas classes armadas. Ato: aliados incitaram motim no caso do policial morto por outros policiais em Salvador
- Violar direitos sociais assegurados na Constituição. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
- Crime contra a segurança interna do país. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
- Decretar o estado de sítio não havendo comoção interna grave. Ato: comparou as medidas de governadores com um estado de sítio
- Permitir a infração de lei federal de ordem pública. Ato: promover revolta contra o isolamento social na pandemia
- Crime contra a probidade na administração. Ato: gestão da pandemia e ataques ao processo eleitoral
- Expedir ordens de forma contrária à Constituição. Ato: trocas nas Forças Armadas
- Proceder de modo incompatível com o decoro do cargo. Ato: mentiras para obter vantagem política
- Negligenciar a conservação do patrimônio nacional. Ato: gestão financeira na pandemia e atrasos no atendimento das demandas dos estados e municípios na crise de saúde
- Crime contra o cumprimento das decisões judiciais. Ato: não criar um plano de proteção a indígenas na pandemia.
Os supostos crimes ainda são classificados no documento como crimes contra a existência da União; crimes contra o livre exercício dos Poderes Constitucionais; crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; crimes contra a segurança interna do país; crimes contra a probidade na administração pública; crimes contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos; e crimes contra o cumprimento de decisões judiciais.
O documento apresentado hoje unifica os mais de cem pedidos de impeachment que já foram apresentados ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas até o momento não foram pautados.
O presidente ainda tem base política para barrar o pedido, mas os signatários dizem que, com o avanço da CPI da Covid, a situação de Bolsonaro piore e possa ser alcançada a maioria.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.