Após 'cantar Freedom', Weintraub se corrige e diz que é investigado no STF
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub publicou na noite de hoje um vídeo corrigindo a informação, dada por ele mesmo, de que não era mais investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O ministro Alexandre de Moraes decidiu, nesta quinta-feira (1º), acatar parcialmente o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para arquivar o inquérito dos atos antidemocráticos, aberto no ano passado, mas determinou a abertura de uma nova investigação acerca da existência de uma suposta organização criminosa que opera divulgando fake news.
"ACABOU! O processo foi arquivado. Estou LIVRE para voltar ao BRASIL, me aguardem", celebrou Weintraub no Twitter, ao compartilhar trecho do clipe "Freedom", de George Michael. "Um beijo a todos (menos para a tigrada). Hoje eu vou comemorar! Freedom, freedom...", completou o ex-ministro na publicação.
Horas depois, no entanto, Weintraub voltou à rede social para se retificar. Em vídeo, ele diz que seus advogados entraram em contato para informar que ele segue como investigado no STF.
"Quando a esmola é muita, o santo desconfia. Eu acabei soltando os fogos às 22h do dia 31 de dezembro. Não esperei bater a meia-noite", diz o ex-ministro. "Quando eu tuítei, meus advogados me ligaram e avisam que, infelizmente, o meu inquérito continua de pé e continuo sendo investigado pelo potencial crime contra a segurança nacional, como se eu fosse explodir o STF — fruto daquela frase famosa."
Relembre o caso
Em junho do ano passado, Abraham Weintraub foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do Ministério da Educação antes de completar 15 meses no cargo. A gestão Weintraub foi marcada por polêmicas e atritos com ministros do STF.
Líder da minoria no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a prisão temporária do ex-ministro no âmbito do inquérito que investiga se Weintraub cometeu o crime de racismo contra chineses, cujo relator é o ministro Celso de Mello, dias após ele deixar o país.
Antes disso, na mesma semana e enquanto Weintraub ainda estava no Brasil, Randolfe já havia feito o pedido de prisão no âmbito do inquérito sobre a disseminação de informações falsas e ameaças a membros da corte, sendo direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso que foi arquivado hoje.
"A gente não sabe exatamente por que [estou sendo investigado no STF], eu não tive acesso aos autos na integralidade. De qualquer forma, continuo sendo investigado e tendo o mesmo risco de, em pisando no Brasil, ser preventivamente preso", diz o ex-ministro no vídeo em que se corrigiu.
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