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Contarato: 'Sonho com dia em que não serei julgado pela orientação sexual'

O senador Fabiano Contarato fez discurso pela diversidade em entrevista a canal de TV - Diego Bresani/UOL
O senador Fabiano Contarato fez discurso pela diversidade em entrevista a canal de TV Imagem: Diego Bresani/UOL

Do UOL, em São Paulo

02/07/2021 13h10Atualizada em 02/07/2021 16h17

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) fez um discurso emocionado contra a homofobia e o racismo. Em entrevista ao canal GloboNews, ele parabenizou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que se declarou gay ao apresentador Pedro Bial, e disse sonhar com o dia em que não será julgado por ser homossexual.

Assim como Martin Luther King teve um sonho, eu também tenho. Sonho com o dia em que não serei julgado por minha orientação sexual; que meus dois filhos não sejam julgados por serem negros; que minha irmã não será julgada por ser mulher; que meu pai, por ser idoso
Fabiano Contarato, senador da República

O parlamentar lembrou o artigo 5º da Constituição Federal, que diz que "todos são iguais perante a lei", mas que, na prática, o tratamento ainda é desigual para diversos grupos de brasileiros.

"Sonho, um dia, que eu terei o prazer de falar para todos que nós vivemos numa República Federativa do Brasil em que a premissa de que todos somos iguais perante a lei, independente da raça, cor, etnia, origem, orientação sexual, pessoa que vive com HIV, pessoa idosa ou deficiente, somos iguais dentro de um Brasil que eu clamo que seja mais justo, fraterno e igualitário", declarou.

O senador classificou a declaração pública de homossexualidade de Eduardo Leite como um "avanço" para que outras pessoas saiam da invisibilidade e possam ocupar seu espaço na sociedade.

"As pessoas perguntam como nós somos: nós somos seus médicos, dentistas, jornalistas, advogados, pedreiros, pintores, nós vivemos com vocês, cuidamos de vocês, amamos vocês. Apenas pedimos que nos deixem viver com dignidade", disse.

Contarato declarou ainda que a atitude de Leite cria um momento "muito positiva" para que as pessoas possam entender que o caráter de alguém não é definido por sua orientação sexual, mas sim pelo seu comportamento ético-moral, sua conduta e sua responsabilidade social.

"Só nós sabemos o momento adequado e correto de expor nossa vida pessoal, o que é tão difícil num Brasil tão desigual", afirmou.