'Não vou responder para bandidos', diz Bolsonaro sobre carta da CPI
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), chamou os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de "bandidos".
O ataque de Bolsonaro aos três senadores, que estão no comando da CPI da Covid, foi feito em entrevista à Rádio Gaúcha antes da "motociata" da qual participa hoje em Porto Alegre.
O presidente foi questionado se iria responder a carta da CPI a respeito das denúncias do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) envolvendo a compra da vacina Covaxin. O parlamentar alega que Bolsonaro foi alertado sobre suspeitas envolvendo e não atuou para que elas fossem investigadas, o que qualificaria crime de prevaricação.
Não vou responder [carta da CPI]. Não tenho obrigação de responder. Ainda mais carta para bandido. Três bandidos. Vou responder para ladrões, bandidos? Não vou responder.
Na última quinta-feira (8), Bolsonaro disse "caguei" a respeito da carta da CPI da Covid.
Ao tentar explicar o caso da Covaxin, Bolsonaro misturou informações sobre outro caso suspeito: da oferta de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca feita pela empresa americana Davati. Há a suspeita de que Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, tenha solicitado US$ 1 de propina por dose caso o acerto fosse concretizado. Dias nega as acusações.
"Isso que a CPI andou falando. 400 milhões de doses. Superfaturamento: 1.000%", disse Bolsonaro. O superfaturamento, porém, diz respeito a 20 milhões de doses da Covaxin, não aos 400 milhões de doses ligados à Davati.
Misturando as duas suspeitas, Bolsonaro disse que "é uma história fantasiosa". "Só serve a Renan Calheiros. Só serve a Omar Aziz. Ou àquele deputado Randolfe, mais nada", disse, trocando o cargo do senador da Rede, vice-presidente da CPI. A comissão é presidida por Aziz com relatoria de Calheiros.
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