Diretora da Precisa diz que governo tentou reduzir preço da Covaxin
A diretora executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, disse hoje que o governo federal tentou por diversas vezes reduzir o preço da dose da Covaxin, vacina indiana contra a covid-19. A declaração foi dada na CPI da Covid.
"Por diversas vezes [o Ministério da Saúde tentou reduzir o custo da vacina]. Nós também, senador, tenho inúmeras evidências, eu solicitando e colocando o desejo que a vacina custasse menos de US$ 10 para o Brasil".
Em seu depoimento na CPI, Emanuela também afirmou que a proposta de US$ 15 por dose foi a única que o Ministério da Saúde recebeu e foi enviada diretamente pela Bharat Biotech à pasta.
"A política de precificação da Covaxin é 100% da Bharat. A Precisa não atua na precificação. O que nós fizemos foi tentar o tempo todo reduzir esse custo".
Emanuela ainda nega que houve uma oferta de US$ 10 por dose da Covaxin em reunião realizada no dia 20 de novembro de 2020. "Essa memória de reunião foi unilateral, confeccionada pelo Ministério da Saúde. Não houve oferta de US$ 10 dólares por dose, tenho aqui cronograma das últimas vezes que pedi que esse produto fosse mais barato".
A Precisa recebeu oferta de US$ 18 dólares e não repassamos ao Ministério da Saúde porque esse valor estava muito longe do que eu gostaria de ofertar ao Brasil. Se na memória de reunião constava US$ 10 dólares, é uma memória unilateral. Podia ser expectativa."
Emanuela Medrades na CPI da Covid
O Ministério da Saúde fechou acordo para a compra da Covaxin por US$ 15 por dose (R$ 80,70, na cotação da época), o valor é 1000% maior do que o anunciado pela fabricante Bharat Biotech, seis meses antes.
Telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado, ao qual o Estadão teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).
Segundo Emanuela, o preço de 100 rúpias foi divulgado pelo presidente da Bharat antes da publicação da fase 1 de desenvolvimento da vacina. "Gerou toda essa expectativa de que fosse um produto barato, [mas] é impossível precificar um produto antes que ele esteja desenvolvido. Essa fala dele foi muito criticada e esse custo nunca foi ofertado".
O contrato da Covaxin, intermediado pela Precisa Medicamentos, está sendo investigado por suspeitas de irregularidades após denúncia do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão servidor do Ministério da Saúde.
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