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Josias: Internação levou família Bolsonaro a manter 'cidadela virtual'

Colaboração para o UOL

16/07/2021 08h32

O colunista Josias de Souza afirmou hoje ao UOL News que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está deixando de falar para um público maior e mantendo o foco apenas nos "devotos" das redes sociais, que o apoiam desde o início da campanha. "O presidente esta perdendo a mão. Ele, que sempre foi um político muito intuitivo, está deixando de falar para um público maior e se dirigindo cada vez mais para o devoto de rede social, isso não ganha eleição", opinou.

Josias disse que a internação do presidente e o derretimento nas pesquisas eleitorais levou a família Bolsonaro a reforçar o "habitat natural" da internet. "Esse quadro mais favorável do presidente, sem cirurgia, vai na contramão do que pretendia o Carlos Bolsonaro, que era transformar a hospitalização num drama", afirmou.

"A família Bolsonaro tem uma preocupação muito grande com esse habitat natural da internet. A internação levou a família a manter essa cidadela virtual, porque Bolsonaro começou a derreter nas pesquisas, então é preciso manter esse núcleo mais devoto de apoiadores nas redes sociais", completou o colunista.

Jair Bolsonaro está internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com uma obstrução intestinal. Segundo o último boletim médico, o presidente apresentou melhora, já tirou a sonda e não deve precisar de cirurgia. Ontem (16), ele atacou senadores da CPI da Covid em seu perfil do Twitter. "No circo da CPI Renan, Omar e Saltitante estão mais para três otários que três patetas", disse.

Para Josias de Souza, o responsável pela publicação é um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro. "Para fornecer a ração semanal que alimenta a raiva que costuma eletrificar essa rede, o Carluxo voltou as contas do pai para postar ataques à CPI", afirmou. "Apesar da hospitalização do presidente, família Bolsonaro mantém viva a rede social", completou.

CPI da Covid entrará em recesso

As sessões da CPI da Covid serão suspensas a partir do dia 18, durante o recesso parlamentar. Os senadores devem voltar ao trabalho no dia 3 de agosto. Ao UOL News, Josias de Souza defendeu que os parlamentares aproveitem o intervalo para recuperar o foco e ver quais serão os passos que vão conduzir a preparação do relatório final.

"Precisamos ver o que há de positivo e de negativo. O que há de negativo é que vai se desmontar o palco da CPI. Os depoimentos mantém o interesse da sociedade na CPI, isso vai se interromper. É preciso que a CPI aproveite esse intervalo para mergulhar nos dados que já chegaram, documentos, quebra de sigilo, emails", opinou.

"É preciso ver se os parlamentares de fato vão cumprir o que estão dizendo, de se manter ativos durante o recesso, para que voltem municiados de informações que permitam avançar, inclusive nos depoimentos", completou.