Oposição chama governo de mau perdedor após PEC do voto impresso ser adiada
Políticos governistas e de oposição repercutiram hoje o adiamento da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, apelidada de PEC do voto impresso. O projeto seria apreciado hoje na Câmara dos Deputados, mas após tumulto e pedido de revisão do texto, o presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão quando havia 22 votos contrários e apenas 12 favoráveis.
Em outra decisão controversa, a votação da PEC ficou para o dia 5 de agosto, depois do recesso dos parlamentares, o que também causou reação da classe política.
"A urna eletrônica elegeu FHC [Fernando Henrique Cardoso], Lula, Dilma e Bolsonaro. Ela é segura e confiável. Mas os ataques do presidente não têm nada a ver com isso. Bolsonaro está desesperado com 2022 e tenta gerar desconfiança sobre o sistema eleitoral que sempre o elegeu. Não é só golpista, é mau perdedor", disse o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ).
Já Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sugeriu que o adiamento da votação impediu a esquerda de dar um "golpe".
"A reunião de hoje do voto impresso auditável foi encerrada, sem conclusão final sobre o tema. Ou seja, a esquerda não conseguiu dar um golpe hoje. Discutiremos novamente o tema em agosto. Faremos nossa parte; até lá, o povo deve também demonstrar nas ruas sua vontade", escreveu ele em uma rede social.
Confira outras reações de parlamentares:
Carla Zambelli (PSL-SP). deputada federal
"A sessão de hoje da PEC 135/19 foi encerrada após o pedido de Filipe Barros [PSL-PR] de devolução do relatório para análise de mudanças no texto. Após o encerramento, Arlindo Chinaglia [PT-SP] tentou usar o regimento de maneira fraudulenta para tomar de assalto a presidência da Comissão."
Chinaglia e Ivan Valente (PSOL-SP) tentaram recomeçar a sessão às 18h, mas o tema ficou para agosto.
Ivan Valente (PSOL-SP), deputado federal
"A última coisa que Bolsonaro quer é transparência nas eleições. Mais do que voto impresso, quer o voto em perigo."
Bia Kicis (PSL-DF), deputada federal
"Querem enterrar o voto auditável hoje. Seguimos lutando pela transparência eleitoral."
Fernanda Melchionna (PSOL-RS), deputada federal
"A extrema-direita fez uma molecagem sem tamanho. De forma ilegal, o presidente da comissão encerrou a sessão e desligou os sons. Medo da derrota iminente! Não ganham no voto e estão tentando no tapete. Não vamos deixar assim."
Luiza Erundina (PSOL-SP), deputada federal
"Mais uma manobra da base governista impediu hoje que a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece o voto impresso nas eleições, fosse derrotada. Deputados bolsonaristas conseguiram adiar a votação para agosto. Mas nós vamos derrotá-los!"
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