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Deputada questiona se Bolsonaro usa Caixa para fazer campanha eleitoral

Presidente Jair Bolsonaro acompanha Pedro Guimarães em algumas viagens da Caixa - Reprodução/TV Brasil
Presidente Jair Bolsonaro acompanha Pedro Guimarães em algumas viagens da Caixa Imagem: Reprodução/TV Brasil

Do UOL*, em São Paulo

16/07/2021 16h08

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) protocolou nesta semana dois requerimentos à Mesa Diretora da Câmara para saber se a Caixa Econômica Federal está sendo usada para campanha eleitoral antecipada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O primeiro deles questiona as viagens feitas pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, para conhecer a estrutura do órgão ou inaugurar agências e que "estariam sendo utilizadas para aproximar o presidente do banco de empresários e políticos locais, agendas muitas vezes compartilhadas pelo presidente da República".

Kokay pede ao ministério da Economia a agenda completa de Guimarães desde janeiro de 2019, incluindo o motivo das viagens e os valores pagos pelo banco em diárias, passagens e outras despesas relacionadas.

Até junho deste ano, o presidente fez uma viagem a cada 6,7 dias, segundo um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo. Muitas dessas são para inaugurar obras em regiões de baixa adesão ao bolsonarismo.

No segundo requerimento, a parlamentar quer saber o motivo do sigilo sobre o cachê pago a Andraus Araújo Lima, conhecido como Cuiabano Lima. O locutor de rodeio popular entre os apoiadores do presidente que foi contratado para estrelar a campanha nacional da Caixa sobre o auxílio emergencial.

Em maio deste ano, Lima participou de ato pró-governo em Brasília, para o qual diz não ter recebido dinheiro. "O conjunto de fatores ora destacados, aliado à proximidade com o presidente da República, dificulta a identificação clara dos contornos que envolvem a questão, sobretudo quanto à utilização do aparato estatal e dos recursos públicos para propagandas eleitorais antecipadas, em expressa afronta ao patrimônio público e aos princípios da impessoalidade e moralidade pública", disse Kokay em nota.

(*Com informações do Estadão Conteúdo)

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.