'Engavetador' e 'prêmio de consolação': as reações à recondução de Aras
Políticos e membros do MPF (Ministério Público Federal) reagiram ao anúncio da recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República. Enquanto deputados chamaram Aras de "engavetador geral da República" e criticaram suas decisões em relação ao combate à corrupção, os procuradores defenderam a lista tríplice, que não foi respeitada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Mesmo já estando no cargo, Augusto Aras ainda precisa ser aprovado pelo Senado para que a recondução seja oficializada.
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) acusou Aras de ser responsável pelo "desmonte do combate à corrupção". "Mas, JB [Jair Bolsonaro] q não se iluda. Aras já "pagou" a conta. Talvez resolva atuar como um PGR de fato", completou.
O colega de Hasselmann na Câmara Kim Kataguiri (DEM-SP) também criticou a decisão do presidente e, como ela, chamou atenção para o combate à corrupção. Ele, porém, chamou o PGR de "petista".
A decisão de reconduzir Aras também foi alvo de críticas de parlamentares petistas. Henrique Fontana (PT-RS) disse que nenhum pedido de apuração dos crimes de Bolsonaro caminha sob a atual gestão do chefe do MPF. Natália Bonavides (PT-RN) defendeu que o Senado engavete a indicação.
Chico Alencar, vereador pelo PSOL no Rio de Janeiro, chamou Aras de "blindador-geral da República" e defendeu que a recondução é um "prêmio de consolação" para o procurador, que desejava ser indicado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). "A fidelidade de Augusto Aras será recompensada por Bolsonaro", defendeu Chico.
Membros do MPF defendem respeito à lista tríplice
A recondução de Aras à Procuradoria-Geral da República ignora a lista tríplice tradicionalmente elaborada pelos membros do MPF. Desta vez, ela era formada por Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e Mario Bonsaglia.
Luiza, a mais votada pelos colegas, afirmou que o MPF continuará utilizando o mecanismo e defendeu que o Congresso aprove uma PEC (Proposta de Emenda à Constinuição) para que ela passe a constar na Constituição.
Mario Bonsaglia disse que a luta dos membros do MPF pela lista tríplice continuará. "Não é uma questão corporativa. Interessa a toda a sociedade um MP independente, como diz a Constituição", argumentou.
Bolsonaro já havia ignorado a lista tríplice quando indicou Aras pela primeira vez para o cargo, em 2019.
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