'Quem duvida da urna não está bem informado', diz ex-ministro do STF
O ex-ministro Carlos Velloso, que presidiu o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), declarou hoje que "não está bem informado" quem levanta suspeita sobre o uso de urnas eletrônicas na eleição.
As afirmações do magistrado, que esteve entre os responsáveis pela instalação sistema eletrônico de votos no país, acontecem diante das ofensivas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra as eleições de 2022.
Quero emprestar, a essas pessoas que estão atacando a urna, boa-fé. Certamente, porque não estão bem informados a respeito da urna. Vamos tentar levar conhecimentos a essas pessoas
Carlos Velloso, ex-presidente do STF e do TSE
Em entrevista à CNN, Velloso explicou que o sistema foi pensado desde o início, em 1995, para que não houvesse possibilidade de violação de votos.
Uma comissão com políticos, técnicos de informativa, juristas e cientistas políticos foi formada para a elaboração do projeto. À época, o grupo era chamado de 'Os Notáveis', pela inovação no sistema de urnas.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de haver uma ruptura institucional devido aos ataques do presidente e dos seus apoiadores ao Judiciário e às urnas eletrônicas, Velloso afirmou que a ação só pode ser fruto de "falta de conhecimento".
Talvez por falta de conhecimento essas pessoas têm agido dessa forma. Os mecanismos de segurança tornam a urna auditável antes, durante e depois das eleições
Carlos Velloso, ex-presidente do STF e do TSE
'Urnas não estão sujeitas as ações dos hackers'
Carlos Velloso reforçou ao longo da entrevista que, diferente do que afirma o presidente Jair Bolsonaro, as urnas eletrônicas não estão sujeitas a ações de hackers, porque não funcionam ligadas à internet.
As urnas não estão sujeitas as ações dos hackers porque não estão online. Começa essa auditagem aí. Os programas são elaborados pelo TSE sob a fiscalização dos partidos políticos
Carlos Velloso, ex-presidente do STF e do TSE
Velloso contou à CNN que, seis meses antes das eleições, os softwares das urnas ficam disponíveis para partidos, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entidades técnicas e cidadãos de modo geral.
O programa é instalado nas urnas eletrônicas de 10 a 15 dias antes do pleito, sob a fiscalização do MP (Ministério Público), do TSE, da OAB e dos partidos políticos.
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