Diogo Schelp: 'Bolsonaro teve que admitir que é e sempre foi do centrão'
O colunista do UOL Diogo Schelp e o chefe da sucursal de Brasília Tales Faria analisaram o novo cargo de Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil. O anúncio veio após uma reunião entre o senador e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã de hoje.
Para Schelp, a escolha de Ciro Nogueira para o cargo mostrou que Bolsonaro "é e sempre foi do centrão", disse o colunista.
"Bolsonaro teve que admitir que ele é e sempre foi do centrão porque não conseguiu colocar em prática a pauta conservadora, mantém a ministra Damares como quase uma figura folclórica, e na pauta liberal avançou muito pouco".
O centrão é aquele bloco de partidos com presença marcante no Congresso Nacional que se caracterizam por não ter orientação ideológica bem definida e por conceder apoio ao governante de ocasião em troca de cargos e emendas do orçamento.
"Para ganhar mais vidas nesse jogo, Bolsonaro foi obrigado a entregar a ala ideológica do seu governo e ceder espaço para o centrão, que podemos chamar de ala fisiológica", completou o colunista.
O chefe da sucursal em Brasília analisou: "a ascensão de Ciro e do centrão no governo conseguiu reunir bolsonaristas e militares do planalto que até então não davam as caras".
"Quando soube que o presidente cogitou em colocá-lo em outra pasta, Ciro deixou claro que só teria condições de ajudar Bolsonaro se tivesse o controle da distribuição de cargos e governos, e isso só poderia ser feito com o poder da Casa Civil. Resultado: Ciro Nogueira ficou com a Casa Civil, e tornou-se hoje o ministro mais importante do governo, super poderoso, para o desespero dos bolsonaristas e dos militares que combatiam o centrão", completou Tales Faria.
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