Reverendo nega ter conversado com prefeitos e governadores sobre vacinas
O reverendo Amilton Gomes de Paula negou hoje, durante o depoimento à CPI da Covid, ter conversado com prefeitos e governadores para negociar a venda de vacinas contra a covid-19. O religioso é suspeito de intermediar uma venda supostamente superfaturada da AstraZeneca ao Ministério da Saúde, sem a autorização da farmacêutica.
Desconheço essa amplitude onde nós chegamos, com governadores, governos e prefeituras. Não conversei com nenhum governador, prefeito ou município. Foi colocado a disposição ao Ministério da Saúde."
Amilton Gomes de Paula
O reverendo, que não fazia parte do corpo de funcionários do Ministério da Saúde, foi questionado sobre os motivos que o levaram a negociar um imunizante com a pasta. O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou quais eram as fontes de ligação entre Amilton e o Ministério.
Em resposta, o reverendo disse que não conhecia pessoas que pudessem abrir agenda para ele na pasta, mas que todas comunicações foram feitas via email. Amilton disse ainda que esteve por três vezes na sede do ministério.
Quem é Amilton Gomes de Paula
Apontado como intermediador das supostas vendas de vacinas da AstraZeneca em que há suspeita de superfaturamento, Amilton Gomes de Paula é fundador e presidente de uma ONG (Organização Não Governamental) Senar (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos). A mesma organização foi renomeada em 2020 para Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários).
De Paula é suspeito de ter participado de irregularidades na compra de imunizantes, levantadas pelo policial militar de Minas Gerais, Paulo Dominghetti.
Segundo Dominghetti disse à CPI, foi Gomes de Paula quem o ajudou a conseguir marcar reuniões no Ministério da Saúde para apresentar a proposta de milhões de doses de vacina em fevereiro deste ano.
Além de ter participado da tentativa de venda da AstraZeneca para o governo federal, a ONG do reverendo também ofereceu doses para algumas prefeituras e estados.
Em cartas timbradas da Senah e assinadas por Amilton, a entidade costumava usar logotipos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e da ONU (Organização das Nações Unidas), entre outras instituições.
"Tem um documento aqui que o senhor diz: 'Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma organização sem fins lucrativos e de apoio humanitário com atuação em mais de 190 países, reconhecida pela Organização das Nações Unidas e pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil'", disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Questionado, Amilton admitiu não ter autorização oficial para tanto.
* Com a colaboração de Gabriel Toueg
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