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Barroso diz que discurso de fraude na eleição é vertente de autoritarismo

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral - Carlos Moura/SCO/STF
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Colaboração para o UOL

04/08/2021 13h49Atualizada em 04/08/2021 14h17

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, disse hoje que ataques ao sistema eleitoral são "vertentes do autoritarismo contemporâneo". O posicionamento é mais uma resposta às falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apesar de não citá-lo nominalmente.

Bolsonaro tem feito, reiteradamente, acusações sem provas sobre fraudes nas eleições, além de sugerir a insegurança do sistema eleitoral. Além disso, Bolsonaro tem condicionado a realização de um pleito seguro à aprovação do voto impresso. O TSE já reafirmou que os votos na urna eletrônica são auditáveis.

Hoje o presidente enviou em documento enviado ao TSE afirmando que não tem feito ataques à segurança das urnas eletrônicas, mas sim defendido que o sistema seja aprimorado.

Barroso citou que a alternância do poder é "a grande característica da democracia". E que, aqueles que perdem uma eleição devem respeitar o resultado e tentar a vitória em uma próxima oportunidade.

"Isso é democracia. Uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de 'se eu perder, houve fraude'. É a inaceitação do outro, de que alguém diferente de mim possa ganhar as eleições", disse, em palestra durante evento proposto pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro).

O presidente da República tem aumentado o tom, mirando especificamente o presidente do Tribunal Superior Eeleitoral. Hoje, Bolsonaro disse que a anulação das condenações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu para eleger o petista "dentro de uma sala escura do TSE".

Na última segunda-feira (2), o TSE encaminhou um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que Bolsonaro seja investigado por disseminar notícias falsas. A corte eleitoral também aprovou uma portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Ambas as decisões foram tomadas por unanimidade.