Josias: Fux parece ter aprendido que caso do Bolsonaro é de camisa de força
O colunista do UOL Josias de Souza afirmou hoje, durante o UOL News, que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luiz Fux, deve ter aprendido que o caso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é de "camisa de força" e não de "tranquilizante" como ele acredita ao propor uma reunião "pacificadora" entre poderes há alguns dias.
Após mais ataques de Bolsonaro, que subiu o tom contra membros da Corte, principalmente aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, Fux anunciou ontem o cancelamento de uma reunião entre os chefes dos três Poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário —, combinada em meados de julho.
Com atraso, o judiciário passou a tratar o Bolsonaro como uma ameaça à democracia, passível de punição. E os dois lados continuam esticando a corda. O Luiz Fux, o presidente do Supremo, parece ter aprendido que o caso do Bolsonaro é de camisa de força e não de tranquilizante como ele supunha ao propor a realização pacificadora entre os presidentes dos três poderes. Ele fez essa proposta há 25 dias."
Josias de Souza no UOL News
Para o colunista, está claro que a reunião marcada para hoje, às 12h, entre Fux e o procurador-geral da República, Augusto Aras, será para o ministro ver até onde o procurador — que pode converter as denúncias colhidas contra Bolsonaro por inquéritos dentro da Suprema Corte — pode ir para defender o atual mandatário.
"Reunião fechada, longe dos refletores, mas não é difícil de supor que o desejo do presidente do Supremo é de conferir até onde o Augusto Aras planeja deixar que o melado escorra, oferecendo blindagem a um presidente de que merece processo", afirmou.
Josias disse que se o comportamento de Bolsonaro continuar — com críticas a ministros do Supremo e questionar, sem provas, o sistema de votação eletrônico para levantar a sua bandeira do voto impresso — é possível que o presidente ajude um candidato da "terceira via" a chegar ao segundo turno contra Luís Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
O colunista ainda apontou como extremamente importante que o judiciário não deixe de dar andamento aos processos que envolvem Bolsonaro pois isso pode desmoralizar o poder e, o pior de tudo, pôr em risco da democracia brasileira.
"Se o Supremo relaxar na sua disposição de levar a diante os processo que correm lá contra o Bolsonaro; se o Judiciário recua, desmoraliza-se o Judiciário. Se o presidente mantiver essa sua pregação a favor do golpe, desmoraliza-se o presidente. E se isso tudo acabar em nada, aí vem a pior das alternativas que é a desmoralização do sistema político brasileiro e da própria democracia do país", finalizou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.