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'Esticar das cordas passou dos limites', diz Lira após derrota de Bolsonaro

Colaboração para o UOL

10/08/2021 22h41Atualizada em 11/08/2021 11h30

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que o assunto do voto impresso está "encerrado" após o plenário da Casa rejeitar a proposta hoje. Para ele, é preciso "baixar a temperatura" e retomar a normalidade nos debates.

Sem direcionar a fala especificamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Lira disse que "o esticar das cordas passou de todos os limites". O chefe do Executivo tem lançado dúvidas infundadas sobre as urnas eletrônicas e colocado na mudança do sistema eleitoral condição para realização de eleições confiáveis.

"Nós trabalhamos para dar um ponto final nessa situação. O esticar das cordas, no meu entender, passou de todos os limites. Temos que trazer para a normalidade", disse, em entrevista à Globo News, após a sessão.

Para Lira, apesar de existirem dúvidas e desconfianças em relação ao processo eleitoral e auditagem dos votos, "nós não podemos chegar à eleição com a versão de que esse ou aquele foi prejudicado". O presidente da Câmara ressaltou, também, que confia no sistema atual, por meio do qual foi eleito.

Na noite de hoje, o plenário rejeitou a proposta que pretendia incluir um módulo de voto impresso ao lado das urnas eletrônicas a partir das eleições de 2022. A PEC do voto impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19) teve 218 votos contra, 229 votos a favor e uma abstenção. Para que a tramitação avançasse eram necessários votos favoráveis de 308 dos 513 congressistas.

De autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a PEC era de interesse de Bolsonaro, que enfrenta perda de popularidade e ameaça reiteradamente a realização das eleições de 2022.

É importante lembrar, no entanto, que desde a adoção das urnas eletrônicas no Brasil, em 1996, nunca houve comprovação de fraude, como mostram auditorias realizadas pelo TSE, investigações do Ministério Público Eleitoral e estudos independentes.

Lira ressaltou que a sessão foi democrática e que todos os parlamentares puderam se expressar e defender suas teses. Sendo assim, o texto debatido hoje, nos termos em que foi proposto, será arquivado. O presidente da Câmara explicou, também, que não há tempo nem espaço para iniciar uma nova discussão neste ano.

Para o deputado, porém, ainda é preciso sentar à mesa com representantes dos Três Poderes para "escolher uma maneira racional, clara, objetiva, de aumentarmos a transparência da auditagem".

"Como eu falei genericamente para todos os Poderes: neste momento nossa mensagem é de saber reconhecer os resultados quando eles são favoráveis ou quando são contrários. É da democracia. Eu não acredito que haja outro comportamento por parte do presidente Bolsonaro. Ele disse que respeitaria", disse, em coletiva, na saída da Câmara.