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Jungmann: Pior cenário de 2022 é Bolsonaro perder e não aceitar resultado

Colaboração para o UOL

25/08/2021 08h58

Com as crescentes pressões de Jair Bolsonaro (sem partido) sob os Poderes nacionais e adversários políticos, o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann acredita que o pior cenário para as eleições de 2022 é o atual presidente perder o pleito e não aceitar a derrota.

Em entrevista ao UOL News, o ex-ministro demostrou preocupação da possibilidade de Bolsonaro acionar a GLO (garantia de lei e ordem) e colocar as Forças Armadas nas ruas, caso perca as eleições. O presidente é o único que tem o poder de recorrer a GLO. "O pior cenário é que o presidente venha a perder a eleição, não reconheça o resultado e desate em violência", falou.

"Esse é o pior dos cenários, é remoto, mas para o qual nós não temos saída legal", completou. No entanto, Jungmann afirmou não temer uma movimentação das Forças Armadas para ato fora da Constituição. "Elas não estão disponíveis para aventura institucional ou golpe", disse.

Na análise do ex-ministro, Bolsonaro tenta pressionar as forças e chega a "fazer bullying" com as instituições. "As Forças Armadas estão voltadas para suas atividades e não compram nenhum projeto. Elas não pertencem a nenhum presidente, são da soberania do território e do nosso povo", reforçou.

O ex-ministro também não enxerga uma movimentação da PM (Polícia Militar) ou PF (Polícia Federal) como instituições para apoiar os desejos de Bolsonaro, mas ressaltou que há grupos com afinidade com o presidente. "Esse clima de acirramento poderá desaguar em manifestações e conflitos violentos, que são em larga medida incentivados pelo presidente", falou.

A tendência, segundo ele, é que as tensões aumentem à medida que as eleições de 2022 se aproximem. "São ataques entre Poderes, manifestações que visam golpear a democracia, pelo menos a de 7 de setembro, e você não vê uma luz no fim do túnel", disse.

"Sobe a tensão e sobe a preocupação e vamos esperar que suba também o bom senso e juízo, que faltam nesse momento", completou.