CPI: Dono de empresa que lucrou com ivermectina passa a ser investigado
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu na lista formal de investigados o empresário José Alves, dono da Vitamedic, entidade privada que obteve aumento expressivo de faturamento com a venda de ivermectina.
O remédio, um vermífugo utilizado contra piolhos, sarna e parasitas, faz parte do chamado "kit covid", conjunto de medicamentos que, mesmo sem eficácia contra o coronavírus, são defendidos pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) como alternativa de enfrentamento à pandemia.
"Ele tem relação com esse tratamento precoce, esse tratamento medieval que o governo utilizava como política pública, remédio para curar vaca", afirmou o relator.
A informação foi confirmada por Renan hoje, logo na abertura da audiência marcada para ouvir o depoimento de José Ricardo Santana —um dos participantes de um jantar, em 25 de fevereiro, no qual teria ocorrido, segundo relato do policial Luiz Paulo Dominghetti, pedido de propina relacionada a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.
As vendas da Vitamedic cresceram mais de 1.000% somente no caso da ivermectina, de acordo com apuração feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Relatórios enviados ao colegiado indicam que o número de comprimidos comercializados saltou de 24,6 milhões, em 2019, para 297,5 milhões, em 2020.
O preço médio da caixa com 500 unidades de ivermectina subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — elevação de 226%.
O debate sobre o incentivo do governo federal a fármacos sem eficácia no combate à covid é um dos pontos de interesse da CPI da Covid, no Senado, que investiga se houve erros do Ministério da Saúde, por ação ou omissão, durante a pandemia.
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