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Ninguém precisa temer o 7 de setembro, diz Bolsonaro sobre ato pró-governo

Do UOL, em São Paulo

02/09/2021 18h15Atualizada em 02/09/2021 21h09

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que "ninguém precisa temer o 7 de setembro", em referência aos atos convocados por seus apoiadores para o feriado da Independência. As manifestações em apoio a Bolsonaro comportam também pautas antidemocráticas, como o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal).

Durante a cerimônia de autorização de concessões ferroviárias que aconteceu na tarde de hoje, no Palácio do Planalto, Bolsonaro confirmou que pretende participar do evento em Brasília, pela manhã, e disse que posteriormente vai discursar também na manifestação em São Paulo.

Ninguém precisa temer o 7 de setembro. Eu já falei que, se Deus quiser, estarei aqui na Esplanada, usarei da palavra e, logo depois, como tenho um compromisso em São Paulo no dia 8, pretendo ocupar um carro de som na Paulista, que deve ter umas 2 milhões de pessoas."

Também foram convocados atos contrários ao governo, com pautas como o pedido de impeachment do presidente. Em São Paulo, a manifestação deve acontecer no Vale do Anhangabaú.

Resposta ao presidente do STF

Em seu discurso, Bolsonaro mencionou o poder Judiciário e, mais especificamente, o STF de forma direta e indireta. Ele mencionou a fala de hoje do presidente da Corte, Luiz Fux, sobre a liberdade de expressão, dizendo que está de acordo.

"Parabéns mais uma vez ministro Fux. É isso que eu quero, vossa excelência quer, Arthur Lira quer, [Rodrigo] Pacheco quer. Mas muitas vezes falta olhar para dentro de nós mesmos para ver se nós não somos aquela pessoa que está turvando aquela água."

Por outro lado, o presidente afirmou que "está faltando uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou" e que "não é só o Executivo que tem que engolir sapo, o poder Judiciário também tem que engolir", em nova crítica a ministros do STF, sem citar nenhum nome.

Bolsonaro chegou a afirmar ainda que, para ele, "o Brasil está em paz". Entretanto, os frequentes ataques do presidente ao Supremo já levaram até mesmo Luiz Fux a cancelar uma reunião entre os três Poderes há cerca de um mês.

"Alguém já me viu brigando com algum Poder, alguma instituição?", questionou o presidente hoje. No dia 20 de agosto, ele entregou ao Senado um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF — cinco dias depois, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, informou que o pedido seria arquivado e clamou por "pacificação e união nacional", em um recado a Bolsonaro.

Quebra de sigilo de Carlos Bolsonaro

Nesta semana, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O filho do presidente da República é investigado pelo Ministério Público do Rio desde julho de 2019 por suspeita de praticar rachadinha e nomear "funcionários fantasmas" — pessoas que não trabalhavam de fato em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

Bolsonaro não comentou sobre o tema, mas citou sua família, durante o discurso no evento no Palácio do Planalto.

"Eu duvido que alguém seja mais criticado do que eu nas mídias sociais. Mexem com gente da minha família quase que o tempo todo. Não é por isso que eu vou começar a tomar providências para calar essas pessoas."