Apelo em ato e reuniões no DF: a articulação por Mourão ao governo do RJ
Na manifestação de 7 de Setembro em Copacabana, uma faixa em um dos carros de som pedia: "Vem pro Rio, Mourão". A mensagem —que também surgiu em discurso durante o ato— indica que articulações para que o vice-presidente da República concorra ao governo do Rio em 2022 começam a ganhar força.
Oficialmente, a possível candidatura de Hamilton Mourão é tratada com discrição, mas as próximas semanas devem ser decisivas. O general da reserva deve participar, até o fim do mês, de encontro com empresários e lideranças da sociedade civil fluminense —o evento é encarado como um termômetro sobre a viabilidade da candidatura.
Até outubro, a expectativa é de que Mourão transfira seu título de eleitor de Brasília para o Rio. As prévias de seu partido, o PRTB, devem acontecer em março de 2022.
Outro indicador de que o vice-presidente se aproxima do Rio são as viagens constantes do presidente estadual do PRTB, o policial federal aposentado Antônio Carlos dos Santos, a Brasília. Ele se encontra com Mourão ao menos duas vezes por mês.
"A vontade dele é soberana, é única. A gente depende só da decisão dele, se virá candidato a governador, deputado, senador? A gente está torcendo, e ele terá a sua hora para decidir", diz Santos.
Caso se concretize, a candidatura de Mourão promete ser uma pedra no sapato do atual governador Cláudio Castro (PL) na busca por votos da direita, em uma provável candidatura para permanecer no Palácio Guanabara.
Com a máquina do governo nas mãos, Castro vem fazendo uma intensa agenda com prefeitos e deputados para ampliar sua base de apoio. O governador ainda encontra contudo resistência entre os bolsonaristas mais radicais.
Por outro lado, rumores sobre rusgas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem pesar contra Mourão. O vice é tido inclusive como carta fora do baralho numa candidatura à reeleição no Executivo federal.
O nome do general surgiu em agosto em pesquisa sobre a corrida ao governo do Rio, o que atiçou ainda mais os ânimos no partido.
Em cenário estimulado com políticos que já tiveram seus nomes relacionados ao pleito, Mourão surge com 18% das intenções de voto, seguido pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), com 15%, e pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSB), com 12%, segundo o Instituto Gerp.
O apelo por uma candidatura também vem de fora do PRTB. No ato de 7 de Setembro, o deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ) subiu em um dos carros de som e mandou um recado a Mourão.
"Eu não devia, mas é o que toca o meu coração. General Hamilton Mourão, aceite o desafio de ser governador do Rio de Janeiro. Sei que é muito difícil, será sua guerra mais difícil, mas tenho certeza que você vai ter o orgulho de colocar o estado do Rio nos trilhos."
O UOL entrou em contato com Mourão através da assessoria de imprensa da Vice-presidência da República para comentar a possível candidatura, mas não houve retorno até a publicação da reportagem.
RJ: Partido tem só um deputado estadual
Antônio Carlos dos Santos assumiu o comando do PRTB no estado em janeiro, com a missão de reestruturar o partido.
À época, foi chamado pelo então presidente nacional, Levy Fidélix, que morreu em abril. Atualmente, Santos diz ter dado sequência na relação com o diretório nacional, comandado pela viúva de Levy, Aldinea Fidélix.
O presidente estadual trocou os nomes de alguns diretórios e vem se articulando para tentar aumentar o quadro da legenda no estado. Atualmente, o partido tem apenas um deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o militar Jalmir Júnior.
"Estamos procurando por bons nomes, mas não queremos ser uma nova versão do PSL porque hoje a maioria dos que estão lá quer sair. Não há identificação nenhuma. Está lotado de políticos que fazem os seus voos solos, que estão basicamente pela verba eleitoral", diz Santos.
Antes de ficar à frente do partido no Rio, Santos teve cargos nas gestões de Wilson Witzel —foi presidente do Detran— e seguiu com o atual governador Cláudio Castro. No fim do ano passado, quando pediu para sair, ocupava uma subsecretaria que cuidava de projetos como o das operações Lei Seca e Segurança Presente, de policiamento comunitário.
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