'Fake news faz parte da nossa vida. Não precisamos regular', diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que as fake news fazem parte da vida e defendeu que não é necessário que o governo crie uma forma de regular essa questão.
Na última semana, Bolsonaro editou uma MP (medida provisória) que impede redes sociais de apagarem conteúdo por violação de regras, o que, na prática, dificulta o combate à desinformação. Hoje à noite, porém, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu devolver a MP que limita a retirada de conteúdos publicados nas redes sociais ao alterar o Marco Civil da Internet.
"Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha pra namorada?", disse em tom jocoso, durante seu discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Marechal Rondon de Comunicações, completando que nunca mentiu para sua mulher, Michelle Bolsonaro.
Bolsonaro então seguiu falando sobre o tema: "Eu duvido quem apanha mais do que eu, mas em nenhum momento recorri ao judiciário para tentar reparar isso, porque eu entendo também que fake news é quase como um apelido. Se eu colocar um apelido no [Marcelo] Queiroga agora e ele ficar chateado, vai pegar isso aí".
Cai por si só. Não precisamos regular isso aí. Deixemos o povo à vontade".
Jair Bolsonaro, sobre fake news
O presidente fez uma ressalva falando que em casos que envolvem coisas como pedofilia "não tem cabimento". "Isso não é fake news, isso é crime", disse.
Em seu discurso, Bolsonaro bateu várias vezes na tecla da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, afirmando defendê-las. "No que depender de nós, jamais teremos qualquer medida visando censurá-la. Com todos os seus defeitos, é melhor ela [a imprensa] falando do que calada."
Brasil cai em ranking de liberdade de imprensa
Durante o governo Bolsonaro, o Brasil caiu várias posições no ranking de liberdade de imprensa feito pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras, que analisa a situação em 180 países. Segundo a avaliação deste ano, o Brasil ocupa a 111ª posição, quatro abaixo da que ocupava em 2020.
Segundo a organização, um dos motivos para a queda é a ampla divulgação notícias falsas no país. Um exemplo dado no relatório de 2021 foi a defesa feita por Bolsonaro de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19. Ao longo da pandemia, o presidente reiteradamente defendeu o uso de cloroquina e ivermectina, por exemplo.
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