Bolsonaro faz ataques à esquerda e diz que falará verdades na ONU
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um discurso com ataques à esquerda e a governos petistas em um evento na manhã de hoje para o lançamento de um projeto de revitalização de bacias hidrográficas em Arinos (MG). O chefe do Executivo ainda disse que falará "verdades" na assembleia-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), embora não tenha especificado quais assuntos pretende abordar em discurso na próxima terça-feira (21).
O evento contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), que fez um aceno à agenda de costumes bolsonarista ao dizer que vetaria um projeto estadual que exigiria que empresas mineiras instalassem um banheiro extra além dos masculino e feminino.
Bolsonaro aproveitou a deixa para iniciar seus ataques a opositores. "Zema anunciou o veto a um projeto de sua assembleia. Afinal de contas temos que unir, deixar de nos separar. Não podemos aceitar a política da esquerda, de nós contra eles, homos x héteros, brancos x afrodescendentes, nordestinos x sulistas homens x mulheres, ricos x pobres, patrões x empregados. Somos um só povo", disse.
O presidente afirmou ainda ver cada vez mais "predominância do verde amarelo sobre o vermelho", embora pesquisa recente do Datafolha tenha mostrado recorde de rejeição ao presidente. Apoiadores de Bolsonaro têm usado as cores da bandeira do Brasil em manifestações, enquanto o vermelho é uma cor associada ao PT. A pesquisa do Datafolha ainda mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vantagem na corrida eleitoral para 2022.
Referindo-se aos governos de Lula e de Dilma Rousseff (PT), Bolsonaro repetiu o discurso de que convidaria para uma live o atual presidente do BNDES para comentar, em suas palavras, "para onde iam os recursos do passado".
Sem provas de irregularidades, ele disse que em governos anteriores "bilhões e bilhões de dólares saíam do Brasil para atender amigos que tinham identidade ideológica", referindo-se a investimentos em países como Venezuela e Cuba. "Isso faz com que muito nos ataquem constantemente. Mas quem me colocou foi Deus, só ele me tira daqui", disse.
No final do discurso, Bolsonaro mais uma vez fez referência a adversários políticos, dizendo que valia a pena ser presidente da República porque lhe causava conforto saber que na cadeira presidencial "não está sentado um comunista". Bolsonaro venceu o segundo turno das eleições presidenciais de 2018 contra Fernando Haddad (PT).
Discurso na ONU
Sem especificar que pontos vai tratar em seu discurso, Bolsonaro ainda disse que falará verdades na abertura da assembleia-geral da ONU, na próxima terça-feira (21). Seus últimos discursos na assembleia foram duramente criticados por opositores, uma vez que houve distorção de fatos.
"Na próxima terça-feira estarei na ONU, podem ter certeza que teremos verdades e teremos a realidade sobre o que é Brasil e o que representamos verdadeiramente para o mundo", disse.
Antes, em conversa com apoiadores, Bolsonaro fez mistério sobre o teor do discurso que prepara para a ocasião, dizendo que não falaria porque a "imprensa iria distorcer".
Ontem, o presidente Bolsonaro afirmou que não irá se vacinar contra a Covid-19 para participar do evento da ONU. A organização internacional disse que não poderá cobrar o documento que comprove que os participantes tenham sido vacinados, mas a prefeitura de Nova York, sede do encontro, determinou que os visitantes comprovem o uso do imunizante.
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