Bolsonaro chega a Nova York e entra em hotel pelos fundos
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desembarcou em Nova York hoje (19), onde participará na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). A previsão é que seu discurso ocorra na terça-feira (21).
Manifestantes foram até a porta do Hotel Intercontinental Barclay, onde Bolsonaro está hospedado. Ele entrou no local pela porta dos fundos. As faixas contra o governo pediam "Fora Bolsonaro" e "Fora militares".
Diplomatas e seguranças esperavam o presidente na entrada, mas informaram à imprensa já perto das 18h (horário local) que a comitiva presidencial havia entrado por uma porta traseira por determinação do Serviço Secreto americano.
A outros hóspedes que entravam no hotel, o pequeno grupo de manifestantes gritava em português e inglês "Bolsonaro genocida" e "criminoso".
Não havia apoiadores do presidente no local. Em 2019, última vez que esteve em Nova York para participar presencialmente da Assembleia-Geral, Bolsonaro encontrou à sua espera manifestantes a favor e contra seu governo. Na ocasião, ele entrou pela porta da frente do hotel.
Comitiva conta com família e amigos
A comitiva presidencial brasileira conta ainda com a esposa do presidente, Michelle Bolsonaro; o filho dele, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); e os ministros Carlos Alberto França (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia) e Anderson Torres (Segurança Pública), entre outros.Encontro com autoridades
Antes da reunião global, Bolsonaro vai conversar com autoridades mundiais.
De acordo com a agenda oficial, ele terá um encontro amanhã (20) com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. À noite, vai a uma recepção oferecida pelo representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas.
No dia seguinte, na terça, Jair Bolsonaro se reunirá com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Duda é acusado formalmente pela UE de minar a independência do Judiciário de seu país.
Após os encontros, o presidente irá abrir os discursos na Assembleia Geral.
Ele retornará ao Brasil na terça-feira à noite.
Estratégia
Este será o terceiro discurso de Bolsonaro na Assembleia. Ele terá de conciliar tarefas antagônicas: Por um lado, ele precisa reverter uma crise de imagem internacional abordando exemplos de avanços ambientais em sua gestão, celebrando o aumento da taxa de vacinação e o recuo da pandemia entre os brasileiros.
Por outro, Bolsonaro enxerga no evento o lugar ideal para reafirmar valores caros à sua base eleitoral —e produzir conteúdo replicável por ela na internet. Um dos temas deve ser a aprovação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas aos territórios ocupados pelos grupos em 1988.
Bolsonaro vai conseguir discursar?
Na semana passada, o presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, enviou uma carta aos Estados-membros endossando a obrigatoriedade de apresentação de certificados de vacinas pelos líderes para acessar o prédio da ONU. A regra seria a mesma imposta pela prefeitura de Nova York aos habitantes da cidade que querem frequentar um Centro de Convenções.
Se fosse instituído, o protocolo poderia barrar Bolsonaro, que até o momento não se vacinou. A decisão, porém, foi mudada pelos estados-membros, que decidiram deixar em vigor apenas o "sistema de honra", no qual os mandatários declaram, sem checagens, se estão com sintomas ou tiveram contato direto com infectados.
Ainda assim, a vacinação universal deverá ser o grande mote da Assembleia Geral em 2021.
*Com informações da Agência Estado
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