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Bolsonaro viaja para abrir a Assembleia-Geral da ONU em NY

Arquivo - Bolsonaro em gravação de vídeo para discurso do ano passado na Assembleia Geral da ONU - Marcos Corrêa/PR
Arquivo - Bolsonaro em gravação de vídeo para discurso do ano passado na Assembleia Geral da ONU Imagem: Marcos Corrêa/PR

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

19/09/2021 11h44

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o filho e deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a primeira-dama Michelle Bolsonaro e oito ministros já decolaram no avião presidencial à Nova York, onde abrirá a 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima terça-feira (21).

De acordo com a assessoria de imprensa do governo "o avião decolou antes das 9h30" de hoje, com previsão para chegar aos Estados Unidos por volta das 16h30, horário de Brasília.

Além da esposa e do filho 03, o mandatário viajou acompanhado de oito ministros: Anderson Torres (Justiça e Segurança), Carlos França (Relações Exteriores), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde), Gilson Machado (Turismo), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Segurança Institucional).

O presidente também estava com embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, o representante brasileiro nas Nações Unidas, Ronaldo Costa, além de auxiliares.

Bolsonaro viajou com dois dias de antecedência, já que a Assembleia — que será aberta pelo discurso do brasileiro — começará na terça-feira (21). Amanhã, ele se encontrará com o conservador Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido. Ele terá 35 minutos para conversar com o britânico, entre 11h40 e 12h15.

À noite, ele participará de uma recepção oferecida por Costa, o representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas. O jantar deve acontecer entre 19h e 21h.

Estratégia

Este será o terceiro discurso de Bolsonaro na Assembleia. Ele terá de conciliar tarefas antagônicas: Por um lado, ele precisa reverter uma crise de imagem internacional abordando exemplos de avanços ambientais em sua gestão, celebrando o aumento da taxa de vacinação e o recuo da pandemia entre os brasileiros.

Por outro, Bolsonaro enxerga no evento o lugar ideal para reafirmar valores caros à sua base eleitoral — e produzir conteúdo replicável por ela na internet. Um dos temas deve ser a aprovação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas aos territórios ocupados pelos grupos em 1988.

Bolsonaro vai conseguir discursar?

Na semana passada, o presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, enviou uma carta aos Estados-membros endossando a obrigatoriedade de apresentação de certificados de vacinas pelos líderes para acessar o prédio da ONU. A regra seria a mesma imposta pela prefeitura de Nova York aos habitantes da cidade que querem frequentar um Centro de Convenções.

Se fosse instituído, o protocolo poderia barrar Bolsonaro, que até o momento não se vacinou. A decisão, porém, foi mudada pelos estados-membros, que decidiram deixar em vigor apenas o "sistema de honra", no qual os mandatários declaram, sem checagens, se estão com sintomas ou tiveram contato direto com infectados.

Ainda assim, a vacinação universal deverá ser o grande mote da Assembleia Geral em 2021.