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Eduardo Bolsonaro diz que senadora ofendida é 'Maria do Rosário do Senado'

21.set.2021 - Simone Tebet (MDB-MS) e Wagner Rosário discutem; antes, ministro chamou senadora de "descontrolada" - Roque de Sá/Agência Senado
21.set.2021 - Simone Tebet (MDB-MS) e Wagner Rosário discutem; antes, ministro chamou senadora de "descontrolada" Imagem: Roque de Sá/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

22/09/2021 10h01Atualizada em 22/09/2021 10h28

Em publicação machista, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e também deputado federal, afirmou que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é a "Maria do Rosário do Senado". Em mensagem publicada nas redes sociais, ele comparou a reação da senadora com a deputada federal do PT.

Em 2014, o então deputado Jair Bolsonaro afirmou que Maria do Rosário não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia" e porque ela "não faz" seu "tipo". Ontem, em sessão da CPI da Covid, o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, disse que Simone Tebet estava "totalmente descontrolada".

A fala causou pronta reação dos senadores, que chamaram o ministro de "machista" e "moleque". Após bate-boca, a sessão foi encerrada.

Na abertura da sessão da CPI da Covid hoje, Simone Tebet teve a palavra e afirmou que "toda vez que a mulher ousa discordar, enfrentar, ela é chamada de descontrolada. Então essa palavra para nos que ocupamos espaços públicos é inadmissível. Então fica um pedido aos senhores de que essa palavra emblemática não pode ser dirigida a uma mulher enquanto ela está falando, se posicionando, ou defendendo as suas ideias. Fica aqui meu reconhecimento ao Senado Federal, que saiu maior e melhor a partir de ontem". A senadora não quis comentar sobre o tuíte de Eduardo Bolsonaro.

Em 2019, seguindo determinação judicial, Jair Bolsonaro pediu desculpas à deputada federal Maria do Rosário. Ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em 2015, a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais. Ele então recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que manteve a decisão, e ao STF (Supremo Tribunal Federal), que fez o mesmo. O presidente é réu no Supremo devido ao episódio.

Em maio de 2019, a Justiça determinou que o valor fosse pago em até 15 dias úteis e que Bolsonaro publicasse nota de retratação —publicada no último dia do prazo.

Em novembro, a deputada federal Maria do Rosário anunciou que o dinheiro da indenização foi doado a instituições comprometidas em combater a violência contra a mulher.